A mãe que deu o corpo às balas pela bebé e outros relatos de sobreviventes em Las Vegas - TVI

A mãe que deu o corpo às balas pela bebé e outros relatos de sobreviventes em Las Vegas

  • Sofia Santana
  • 2 out 2017, 18:41

Milhares de pessoas assistiam a um concerto de música country numa das zonas mais badaladas de Las Vegas quando um homem abriu fogo sobre a multidão. O que se seguiu foi o caos e o pânico: milhares fugiram e esconderam-se como conseguiram

Quando se apercebeu que aquilo que pensava ser fogo de artifício era, na verdade, um tiroteio, Carly Krygier de imediato colocou a filha de quatro anos no chão e deitou-se sobre a criança para a proteger.

Pus a bebé no chão e coloquei-me em cima dela”, contou à CNN.

Carly era uma das milhares de pessoas que assistiam, este domingo, a um concerto de música country, numa das zonas mais badaladas de Las Vegas, quando um homem abriu fogo sobre a multidão. O que se seguiu foi o caos e o pânico: milhares fugiram e esconderam-se como conseguiram. Os que ficaram no recinto tentaram proteger os mais novos. Dezenas acabaram por morrer e centenas ficaram feridos

A história de Carly teve um final feliz: mal deixou de ouvir os disparos, pegou na filha e correu para um hotel nas redondezas. A bebé não chorou, nem sequer gritou. “Ela foi fantástica e incrivelmente corajosa”, sublinhou

Como Carly, Mike McGarry também se deitou sobre os filhos mal o tiroteio começou. “Eles têm 20 anos, eu tenho 53. Eu tive uma boa vida”, disse à agência Reuters. Todos sobreviveram.

Corinne Lomas ainda tinha sangue de outras pessoas nas pernas quando falou à CNN. Ela e o amigo Taylor Benge estavam próximos do palco quando tudo começou. "As pessoas caiam umas em cima das outras, vivas ou não", afirmou. Ao que Benge acrescentou:

As pessoas começaram a cair como moscas."

Bryan Hopkins foi um dos espetadores que conseguiu fugir. Escondeu-se como conseguiu: numa carrinha frigorífica. Ele e dezenas de pessoas aguardaram o fim dos disparos dentro do veículo.

Encontramos uma carrinha, abrimos as portas e começamos a ajudar as pessoas a subir lá para dentro. Era uma carrinha frigorífica. Eramos 23, talvez 30, dentro da carrinha", contou à CNN.

A uma dada altura abriu a porta da carrinha e percebeu que os disparos continuavam. Foi então que receou que houvesse atiradores "à caça" de vítimas. 

Virei-me para uma das pessoas que estava atrás de mim e disse que tínhamos de sair. Se havia pessoas com armas na rua elas iam encontrar-nos."

Hopkins disse que guardará para sempre na memória a imagem do polícia que correu na sua direção para lhe indicar o caminho para onde devia fugir. 

Os relatos recolhidos pelos órgãos de comunicação no local descrevem um cenário de horror. Testemunhas afirmaram que centenas de tiros foram disparados e que as balas pareciam vir de todo o lado. 

Mas na verdade, vinham apenas de um local: do 32.º andar do Mandalay Bay Hotel e Casino. Stephen Paddock, branco, 64 anos, descrito pela polícia como um "lobo solitário", era quem atirava indiscriminadamente sobre a multidão.  

Até ao momento, as autoridades confirmaram 58 mortos e mais de 500 feridos, num tiroteio que já é o mais mortífero nos Estados Unidos. Recorde-se que o ataque na discoteca Pulse, em Orlando, fez 49 mortos no ano passado. 

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