Covid-19: Olímpicos levam Japão a prolongar estado de emergência em Tóquio - TVI

Covid-19: Olímpicos levam Japão a prolongar estado de emergência em Tóquio

  • Agência Lusa
  • NM
  • 30 jul 2021, 11:18
Comitiva do Japão na cerimónia de abertura de Tóquio 2020 (Yonhap)

A medida foi ainda estendida a outras áreas. No boletim desta sexta-feira, a capital japonesa regista mais 3.300 novas infeções

O Governo japonês prolongou esta sexta-feira até 31 de agosto o estado de emergência em Tóquio, onde decorrem os Jogos Olímpicos, e estendeu a medida a outras áreas devido ao aumento de infeções com o vírus da covid-19.

Decidimos prolongar o estado de emergência em Tóquio e Okinawa [sudoeste] até 31 de agosto", anunciou o primeiro-ministro, Yoshihide Suga, no final de uma reunião ministerial.

O estado de emergência, previsto para terminar em 22 de agosto, será também declarado em Osaca (oeste) e nas prefeituras de Saitama, Kanagawa e Chiba, limítrofes de Tóquio, acrescentou Yoshihide Suga.

Estas medidas entram em vigor na segunda-feira.

O novo período de estado de emergência sobrepõe-se aos Jogos Olímpicos, que terminam em 08 de agosto, e abrange parcialmente os Jogos Paralímpicos, que decorrem entre 24 de agosto e 05 de setembro.

As novas infeções estão a espalhar-se na área metropolitana de Tóquio, bem como na região de Kansai [no oeste do Japão] a uma velocidade sem precedentes", disse o primeiro-ministro, citado pelas agências internacionais.

Tóquio registou um aumento recorde de casos durante três dias consecutivos, incluindo um pico de 3.865 na quinta-feira, dia em que o número de casos diários a nível nacional excedeu os 10.000 pela primeira vez.

No boletim desta sexta-feira, a capital japonesa regista mais 3.300 novas infeções.

Os casos duplicaram desde a semana passada, embora as autoridades afirmem que o aumento não está relacionado com as Olimpíadas.

A variante delta altamente infecciosa está a assumir rapidamente o controlo e se o aumento do número de pessoas infetadas não parar, é possível que o número de pessoas em estado grave aumente ainda mais e os hospitais sejam sobrecarregados", advertiu o primeiro-ministro.

A vacinação contra a covid-19 no Japão começou mais lentamente do que noutros países industrializados, e apenas 27,6% da população nacional foi totalmente vacinada, de acordo com os últimos números diários do Governo.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio relataram esta sexta-feira 27 novos casos em pessoas ligadas ao evento, incluindo três atletas, o maior número diário até à data.

Na quinta-feira, o diretor de comunicações do Comité Olímpico Internacional (COI), Mark Adams, defendeu a eficácia das medidas contra a covid-19 em vigor para os Jogos Olímpicos, que se realizam à porta fechada e com inúmeras restrições a todos os participantes.

O COI contesta qualquer ligação entre os Jogos Olímpicos e o atual surto da pandemia no Japão, que começou em finais de junho.

Sob o estado de emergência, os restaurantes e bares que servem álcool ou oferecem serviços de karaoke devem fechar durante o período em que a medida estiver em vigor, recebendo apoio financeiro do Governo.

Os restaurantes e bares que não servem bebidas alcoólicas devem encerrar às 20:00.

O ministro responsável pela resposta à pandemia, Yasutoshi Nishimura, disse na reunião de peritos de saúde que o Governo pedirá aos estabelecimentos de restauração em áreas numa situação de quase estado de emergência que deixem de fornecer álcool, noticiou a agência japonesa Kyodo.

Só quando o número de infeções indicar uma tendência decrescente poderá ser permitido o fornecimento de álcool nessas áreas com a aprovação das autoridades locais, de acordo com as orientações apresentadas pelo Governo aos peritos de saúde.

A pandemia de covid-19 provocou mais de 4,1 milhões de mortos a nível mundial, em quase 196 milhões de casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença.

O Japão regista mais de 15 mil mortos em quase 915 mil casos confirmados, segundo dados oficiais citados pela imprensa do país.

A doença respiratória é provocada por um novo vírus detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

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