A decisão era esperada. Donald Trump cumpriu o prometido durante a campanha e vai retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. “Não queremos que outros países e outros líderes se riam de nós”, justificou quinta-feira à tarde durante a declaração nos jardins da Casa Branca. Quem não se riu foi o presidente francês, Emmanuel Macron. Depois do intenso aperto de mão com uma mensagem, Macron voltou a passar a perna a Trump e antecipou-se no twitter. “Vamos tornar o nosso Planeta grande”, lê-se no post do chefe de estado francês. Só algumas horas depois, Trump reagiu: “Vamos fazer a América grande outra vez”.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) June 1, 2017
MAKE AMERICA GREAT AGAIN!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 2, 2017
Mas apesar de Emmanuel Macron assumir os atos e as palavras, ele não está sozinho e representa muitos líderes europeus. Contra Trump, Alemanha, França e Itália divulgaram um comunicado conjunto. Já esta sexta-feira de manhã, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, deixou um recado a Donald Trump: “Não há marcha atrás”.
Our commitment to the #ParisAgreement is unshakeable. We will continue to lead the fight against #ClimateChange.
— Jean-Claude Juncker (@JunckerEU) June 2, 2017
Na abertura da cimeira entre a União Europeia e a China, Jean-Claude Juncker afirmou:
"Não há marcha atrás na transição energética, não há marcha atrás sobre o acordo de Paris"
Durante a sua intervenção quinta-feira à tarde, após anunciar a retirada do país do acordo, Donald Trump prometeu que iria negociar para "reentrar no acordo em termos que fossem justos para os Estados Unidos", alegando que nos termos atuais o país está a ser prejudicado e ele “foi eleito para representar os cidadãos de Pittsburgh e não os de Paris”.
Mesmo fazendo uma pequena viragem no discurso e garantindo que a questão do clima “o preocupa”, o presidente assumiu que a sua decisão não teve a ver “com o clima, mas sim com o aproveitamento financeiro por outros países”.
Barack Obama, um dos defensores do acordo, foi dos primeiros a reagir quinta-feira e lamentou que Trump esteja “a rejeitar o futuro”.
Angela Merkel juntou a sua voz ao coro de protestos e indignação, tal como o secretário-geral das Nações Unidas. No Twitter, Guterres escreveu que a "ação pelo clima não é só a coisa certa a fazer, mas a mais inteligente".
Climate action is not just the right thing to do, it is the smart thing to do. pic.twitter.com/rYXa47LFra
— António Guterres (@antonioguterres) June 1, 2017