Super tufão Mangkhut faz 15 feridos em Macau - TVI

Super tufão Mangkhut faz 15 feridos em Macau

  • CM - notícia atualizada às 16:00
  • 16 set 2018, 10:16

Aviso de inundações, que podem ultrapassar os 2,5 metros, sobe para nível máximo devido à ameaça de "maré de tempestade"

A passagem do super tufão Mangkhut já fez 15 feridos e mais de 150 ocorrências em Macau, informou hoje o Centro de Operações da Proteção Civil (COPC) em comunicado, num balanço parcial que dá conta de 128 incidentes.

O consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong adianta que, até agora, não há registo de vítimas entre a comunidade portuguesa.

O balanço parcial, feito até às 17:00 locais (10:00 em Lisboa), indica que a maioria dos casos registados pelo COPC diz respeito a queda de reclamos, toldos, janelas e outros objetos (81), danos em construção, queda de reboco e outros objetos (28), queda de árvores (21) e de andaimes (12).

Para já foram reportados sete casos de inundações, uma das grandes preocupações das autoridades de Macau, uma vez que os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) elevaram hoje para o nível máximo o aviso de "storm surge" [maré de tempestade], devido às fortes inundações nas zonas baixas da cidade.

Neste momento, o núcleo do tufão severo Mangkhut está a cerca de 80 quilómetros, e a afastar-se de Macau, tendo atingido terra perto da cidade chinesa de Taishan, mas continua a causar “grande ameaça ao território”, com graves inundações e rajadas de vento na ordem dos 160 quilómetros.

A placa de estacionamento do Aeroporto Internacional de Macau começou a ficar submersa devido às condições climatéricas e todos os voos previstos para hoje foram cancelados, informou a mesma entidade.

O “impacto grave” do tufão já levou o chefe do Governo de Macau a emitir um despacho no qual se determina o encerramento de todos os serviços públicos na segunda-feira, com exceção daqueles integrados na estrutura da Proteção Civil e de representação exterior.

Todas as instituições de ensino superior em Macau também suspenderam a sua atividade no domingo. Já as instalações culturais sob a alçada do Instituto Cultural (IC), incluindo locais relacionados com a promoção do património, bibliotecas públicas, museus e salas de exposições, entre outras, serão encerradas na segunda e na terça-feira ao público para que se proceda à inspeção e limpeza daqueles espaços.

Às 14:00 (07:00 em Lisboa), as autoridades de Macau tinham emitido o aviso preto, o nível máximo, substituindo o vermelho, em vigor desde às 21:00 locais de sábado.

O COPC indicou que o trânsito em algumas vias das zonas baixas da cidade foi cortado.

As fortes inundações, que podem agora ultrapassar os 2,5 metros, podem comprometer o fornecimento de eletricidade nessas zonas, onde mais de cinco mil pessoas foram retiradas das habitações e mais de mil foram acolhidas nos 16 centros de abrigo do território, indicam as autoridades.

O sinal 10 de tempestade tropical, o máximo na escala de alerta, composta pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10, está içado em Macau desde as 11:00 (04:00 em Lisboa).

O COPC indicou ainda que sete pessoas tentarem atravessar a pé a ponte Nobre de Carvalho, tendo sido detidas pelo menos cinco. A proteção civil pediu à população que não cometa "atos irresponsáveis que possam sobrecarregar os trabalhos" de auxílio à população.

Sobe para 64 o número de mortos nas Filipinas

O tufão Mangkhut causou 64 mortos e 33 feridos nas Filipinas, onde outras 45 pessoas continuam desaparecidas, de acordo com o último balanço da polícia local.

A província mais afetada pela tempestade foi Benguet, no norte do país, onde 38 pessoas morreram, na maioria em consequência de deslizamentos de terras, e 27 continuam desaparecidas.

Entre os mortos estão uma criança de dois anos que morreu com os seus pais depois de o casal se ter recusado a abandonar imediatamente a sua comunidade na cidade de Nueva Vizcaya, disse Francis Tolentino, um assessor do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.

Depois da devastadora passagem pelas Filipinas, o tufão seguiu para a China, afetando sobretudo a província de Guangdong, no sul, onde 2,5 milhões de pessoas tiveram de ser realojadas e 50 mil barcos receberam instruções para voltarem aos portos, de acordo com a comunicação social estatal.

O tufão Mangkhut – que também já causou pelo menos a morte de uma mulher arrastada pelas ondas, em Taiwan, ilha localizada a poucas centenas de quilómetros das Filipinas – está agora a deslocar-se para as áreas densamente povoadas do sul da China.Tolentino, que foi designado por Duterte para ajudar a coordenar a resposta a desastres, disse que pelo menos outras duas pessoas estavam desaparecidas.

Duas centrais nucleares chinesas na trajetória do tufão

Duas centrais nucleares estão na trajetória projetada do tufão Mangkhut, que deve atingir a China continental no domingo à tarde (manhã em Lisboa) e que levou as autoridades de Macau a emitirem o alerta máximo no território.

A central Nuclear de Taishan e a Central Nuclear de Yangjiang, ambas na província de Guangdong, informaram estarem preparadas para enfrentar o tufão, noticiou hoje o South China Morning Post (SCMP).

A central de Taishan informou via WeChat (o Facebook chinês) que as autoridades discutiram a melhor forma de lidar com a tempestade que se aproximava e que trabalhadores especializados conduziram investigações de segurança.

Equipes de resposta a emergências foram informadas e preparadas para a chegada do tufão.

"Todo o pessoal de emergência está nos seus postos e conduziu seus trabalhos preparatórios. A fábrica de Taishan está totalmente preparada para o tufão e tudo está em seu lugar ", pode ler-se na mensagem.

A Central Nuclear de Yangjiang informou que realizou inspeções nas suas unidades na manhã de quarta-feira e realizou uma reunião na quinta-feira para discutir a melhor forma de lidar com a tempestade.

Na última conferência de imprensa, as autoridades de Macau disseram ter criado um mecanismo de troca de informações sobre a situação nas centrais com as autoridades de Guangdong.

Dois mortos e mais de dois milhões de deslocados

Pelo menos duas pessoas morreram na província de Guangdong, no sul da China, devido à passagem do tufão, segundo um canal de televisão local.

Mais de 2,4 milhões de pessoas foram hoje retiradas das suas casas em Guangdong como medida de precaução, ainda segundo a comunicação social estatal.

O tufão atingiu o sul da China depois de primeiro ter passado pelo norte das Filipinas,

Centenas de voos foram cancelados e todos os serviços ferroviários de alta velocidade e alguns normais nas províncias de Guangdong e Hainan também foram interrompidos no domingo.

Na província de Fujian, dezenas de milhares de barcos de pesca regressaram ao porto e as obras de construção pararam.

A cidade de Shenzhen também cancelou todos os voos entre domingo e segunda-feira de manhã.

A Hainan Airlines cancelou 234 voos nas cidades de Haikou, Sanya, Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai, programados para este fim de semana.

Já em Hong Kong, perto de 900 voos foram adiados ou cancelados. De acordo com o South China Morning Post, pelo menos 543 voos programados para hoje foram cancelados, afetando cerca de 96 mil passageiros.

No total, as autoridades do aeroporto internacional de Hong Kong dão conta de 889 voos adiados ou cancelados devido à proximidade deste tufão, considerado o maior do ano, indicou o mesmo jornal.

Em Macau, 160 voos foram cancelados e 14 tiveram de ser adiados, segundo as últimas informações do aeroporto.

 

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