Era para ser um jantar romântico na noite de passagem de ano, mas acabou numa luta pela sobrevivência. Naef Zakaria Al Wazan e a mulher estão entre os 69 feridos que recebiam o novo ano no “Reina”, em Istambul, quando um atirador abriu fogo na discoteca e fez 39 mortos.
Ela é da Jordânia, mas os dois vivem na Arábia Saudita e esta era a primeira viagem longe do filho. Tinha sido uma surpresa de Wazan para a mulher, para comemorarem o novo ano.
O casal, ainda hospitalizado, contou à CNN como é que a noite festiva se transformou num pesadelo.
Graças a Deus que estamos bem, estamos seguros”, contou Naef, depois de a mulher ter explicado que começaram a ouvir tiros por entre o som da música.
Ela foi baleada nos joelhos. Ele, engenheiro civil, viu uma bala perfurar-lhe o ombro.
Naquele momento, estendidos no chão enquanto continuavam a ouvir tiros, o homem achou que ia morrer e entregou a aliança à esposa.
“Era como pedir-lhe: se eu morrer, cuida do meu filho até ele ser mais velho e depois vive a tua vida. Amo-te. Tu sabes o quanto.”
A aliança dele estava cheia de sangue. Ele pediu-me que o mantivesse comigo”, explicou a mulher, que não quis ser identificada, e segurando o anel de prata agora limpo. “Eu estava a ver os corpos das pessoas e agradecendo a Deus por estarmos vivos. Era como um sonho.”
O pai de Wazan voo para Istambul mal soube do ataque.
Graças a Deus ele e a mulher tiveram sorte”, afirmou.
Das vítimas mortais do ataque, sete eram da Arábia Saudita.
O ataque foi entretanto reivindicado pelo Estado Islâmico.
As autoridades turcas já tinham manifestado a convicção de que o grupo radical estaria por detrás do ataque à discoteca em Istambul. O ataque, que fez 39 mortos e 69 feridos, aconteceu cerca das 2:00 de domingo (hora local) na discoteca "Reina", localizada na zona de Ortakoy, na margem europeia do Bósforo, durante os festejos de Ano Novo.
Sabe-se que já há 16 pessoas detidas por suspeitas de ligações ao ataque, mas nenhuma delas será o atirador. O governo turco informou, ainda assim, que o autor do ataque já foi identificado.
Em 2016, morreram pelo menos 180 pessoas em ataques na Turquia levados a cabo pelo Estado Islâmico e por rebeldes curdos.