A bater-se pelo "sim" dos turcos no referendo de abril, que poderá aumentar os seus poderes como presidente, Erdogan dispara agora em todas as direções, especialmente contra os países que impediram a realização de ações de campanha junto da emigração.
Esta terça-feira, em Ancara, defendeu que a suspensão de relações diplomáticas com a Holanda não pode ser levantada com um simples pedido de desculpas por parte do governo de Haia.
O presidente turco ameaçou mesmo com futuras ações de retaliação, após ter alcunhado a Holanda de “capital do fascismo”.
O governo turco continua a exigir explicações sobre a intervenção musculada da polícia, no sábado, numa manifestação de emigrantes turcos residentes na Holanda junto do consulado em Roterdão.
Merkel "não é diferente"
Tal como a Holanda, que tem eleições gerais marcadas para quarta-feira, a Alemanha vai a votos em setembro. Aí, dos mais de três milhões de turcos residentes na maior comunidade imigrante existente no país, estima-se que metade tenha também a cidadania alemã.
Esta terça-feira, na ação de campanha, Erdogan não se esqueceu dos sufrágios nos dois países europeus. Acusou a chanceler Merkel, que também proibiu ações de campanha de governantes turcos na Alemanha, de "não ser diferente dos holandeses".
Daí ter apelado aos turcos emigrados para não votarem "no governo e nos racistas" nas próximas eleições.
Analistas consideram que o voto da vasta emigração turca, radicada em países da União Europeia, poden ser determinante para que Erdogan vença o referendo constitucional de abril.