A Bugun TV e a Kanalturk conseguiram manter as emissões a funcionar até as 17:00 (hora local), mesmo depois de a polícia ter entrado nos edifícios. Os agentes usaram gás lacrimogéneo e jatos de água para dispersar os funcionários que tentaram impedir o avanço das autoridades e, ao final da tarde, os ecrãs das duas estações ficaram a negro.
The broadcast will be cut any moment now. But we remain in the control room. Every minute counts. Watch live on https://t.co/OZG7a17plw
— Suna Vidinli® (@SunaVidinli) 28 outubro 2015
We were live until the police stormed the control room of Bugun TV today. Chief editor @TarikToros was heroic today! pic.twitter.com/tUsgFlF0CD
— Suna Vidinli® (@SunaVidinli) 28 outubro 2015
O grupo Koza-Ipek Holding é acusado de ter ligações ao movimento liderado por Fethullah Gulen, um clérigo islâmico moderado que vive nos EUA, e de financiar, recrutar e fazer propaganda a favor do imã Fethullah Gülen, principal rival do presidente Erdogan, que lidera uma ONG e várias empresas que o governo chama de "organizações terroristas".
O governo turco acusa agora a companhia de tentar destabilizar o estado e afirma que está apenas a cumprir uma ordem judicial que determina a investigação das relações entre a empresa e o movimento.
Na terça-feira, um tribunal de Ankara decidiu apreender os ativos da empresa. Já os ataques desta quarta-feira fazem parte de uma ofensiva mais ampla contra os meios de comunicação da oposição do país que têm vindo a ser fortemente criticados pela comunidade internacional.
Os Estados Unidos já criticaram o ataque e condenaram a decisão do tribunal no Twitter, afirmando que acreditam que a "liberdade de imprensa/expressão são direitos universais". "São essencial para sociedades democráticas saudáveis".
(1/2) The US believes strongly that freedom of press/expression are universal rights. They are essential for healthy democratic societies.
— US Embassy Turkey (@USEmbassyTurkey) 27 outubro 2015
(2/2) When there is a reduction in the range of viewpoints available to citizens, especially before an election, it is a matter of concern.
— US Embassy Turkey (@USEmbassyTurkey) 27 outubro 2015
O ataque policial faz parte de um processo em curso desde dezembro de 2013 contra várias figuras governamentais acusadas de corrupção e próximas do Presidente Recep Tayyip Erdogan.
Este domingo os turcos regressam às urnas para votarem nas eleições parlamentares depois do partido no poder, AKP, ter perdido a maioria a 7 de junho.