Presidente turco diz-se pronto para restabelecer pena de morte - TVI

Presidente turco diz-se pronto para restabelecer pena de morte

Presidente turco fala após tentativa de golpe de Estado

Se o parlamento turco assim o decidir, Recep Erdogan assina por baixo. O restabelecimento da pena de morte voltou à agenda política da Turquia após o golpe militar fracassado do passado mês de julho

A assumida posição do presidente turco foi expressa num comício este domingo. De acordo com o jornal britânico The Independent, Recep Erdogan insistiu na ideia do restabelecimento da pena de morte na Turquia, colocando a primeira decisão nas mãos dos deputados.

A minha nação quer a pena de morte. Trata-se de uma decisão da Assembleia Nacional da Turquia", sublinhou o presidente turco.

A ideia do restabelecimento da pena de morte ressurgiu na sequência da intentona militar de 15 de julho, que vitimou mais de 300 pessoas. De então para cá, o poder turco tem endurecido as suas posições contra os que levaram a cabo o golpe militar.

Serão limpos como uma célula cancerosa. Iremos encontrá-los e puni-los", declarou Erdogan no comício.

Na sequência do golpe militar fracassado, o governo turco procedeu a uma enorme vaga de prisões e de afastamento de juízes, professores e outros funcionários administrativos. Desde a primeira hora, Erdogan acusou o clérigo Fethullah Gulen, radicado nos Estados Unidos, de ser o inspirador da intentona. Um pedido de extradição foi entretanto enviado.

Parlamento terá a palavra

Agora, o presidente Erdogan afirma que aprovará o restabelecimento da pena de morte, caso o parlamento turco aprove a medida. A pena capital vigorou na Turquia legalmente até 2004, embora não tenha sido aplicada desde 1984.

Uma reintrodução da pena de morte terá como consequência o corte total nas ambições da Turquia de vir a integrar a União Europeia, tendo já Bruxelas alertado o poder de Ancara para o facto, desde o momento em que o tema voltou a ser debatido, na sequência do golpe militar falhado.

A intentona militar de 15 de julho pôs em causa o poder de Erdogan e levou o presidente turco a endurecer e radicalizar as suas posições, no país, levando mesmo à imposição do estado de emergência durante três meses, e face à comunidade internacional.

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