Bill Schneider, 70 anos, «senior fellow» da Third Way, importante «think tank» de Washington, professor de Public and International Affairs na George Mason University, é considerado pelos seus pares o «Aristóteles da análise política na América».
Conhecido comentador da CNN (foi analista político sénior do canal de Atlanta entre 1990 e 2009, está agora na CNN Internacional), é também analista na Al Jazeera English, no Politico.com e na Reuters.com.
O Washington Times elegeu-o o «maior especialista americano em eleições». Fez parte da equipa de Política da CNN que venceu um Emmy pela cobertura das «midterms» de 2006 e um Peabody pela cobertura das eleições de 2008. Tem outros prémios na área jornalística e académica e alguns livros publicados.
Em dezembro de 2012, logo a seguir à reeleição de Obama, Bill Schneider concedeu uma entrevista ao site TVI24 em que defendia: «O sistema americano só funciona com grandes crises».
Na entrevista que se segue, Schneider antecipa a corrida presidencial de 2016, aponta Hillary Clinton como favorita à sucessão de Barack Obama e identifica Jeb Bush como mais bem colocado para obter a nomeação republicana.
Marco Rubio, Scott Walker e os anos Obama são outros temas analisados por um dos mais prestigiados analistas políticos dos EUA.
Como comenta a forma como Hillary Clinton avançou? Foi o momento certo?
Sim, acredito que foi. Os democratas estavam a começar a ficar ansiosos com o facto dos republicanos começarem a ter a atenção mediática.
O vídeo «Getting started» teve o efeito desejado? Vai marcar uma mudança na comunicação política dos EUA?
Não foi um anúncio em grande estilo, com grande aparato, tipo «shock and awe». Foi pessoal e «friendly». E não foi, de modo algum, sobre a candidata. Ela já é suficientemente conhecida. A intenção do video foi mostrar a sensibilidade de Hillary. A sua ligação ao mundo real. Um anúncio assim poderia não resultar com candidatos menos conhecidos.
Hillary sobreviveu ao «mailgate», escândalo sobre a utilização de email pessoal em troca de correspondência ao serviço do Departamento de Estado?
Até agora tem sobrevivido, mas as pessoas estão consternadas com o seu comportamento em relação a esse tema. O caso reforça a crítica de que ela é demasiado opaca, secreta
.
Além do «mailgate», que outros problemas poderá vir a ter Hillary na sua candidatura?
Os adversários dela estão a chamá-la de candidata do passado. Mas a primeira mulher Presidente não parece uma noção do passado. Depois, ela é uma figura divisiva. E tem que convencer os votantes de que poderá construir consensos.
Leia ainda nesta entrevista:
«Se as eleições fossem hoje, Hillary Clinton ganharia»
«Jeb Bush é o mais provável nomeado republicano»
«Hillary pode juntar diversidade e inclusão à herança Obama»
O avanço de Hillary nas primárias democratas é irreversível?
Nada em política é irreversível. Mas ela está numa posição mais forte para obter a nomeação do que qualquer não-incumbente (nota: candidato que não seja presidente em funções) de que há memória.
Quem poderá desafiar esse favoritismo no lado democrata?
A esquerda adoraria desafiá-la. Mas, neste momento pelo menos, não há «challenger» credível para enfrentar Hillary pela esquerda.
Se as eleições fossem hoje, quem seria eleito Presidente?
Hillary Clinton.
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Bill Schneider: «Se as eleições fossem hoje, Hillary Clinton ganharia»
- Germano Almeida
- 15 abr 2015, 21:26
Comentador da CNN, em entrevista exclusiva ao site TVI24, antecipa a corrida presidencial norte-americana de 2016
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