Escutas ilegais: Scotland Yard investiga agentes

A polícia metropolitana de Londres recebeu um pedido para inspeccionar milhares de ficheiros que poderão revelar se agentes seus venderam dados de localização de telemóvel aos jornalistas do extinto jornal de Rupert Murdoch «News of the World».

De acordo com a edição electrónica do «The Guardian», que avança com esta informação, só no ano passado as autoridades do Reino Unido emitiram meio milhão de pedidos de dados de comunicação. Destes, 144 mil tratavam-se de tráfego de dados que incluíam localização.

A denúncia de que os jornalistas do jornal de Murdoch obtinham este tipo de dados foi feita pelo ex-jornalista do diário que denunciou o caso das escutas, Sean Hoare, dias antes de ter sido encontrado morto em casa, na passada segunda-feira (uma morte sobre a qual as autoridades afastaram a possibilidade de crime).

O jornal norte-americano «The New York Times», a quem Hoare garantiu que esta era uma prática corrente, salienta que esta informação foi confirmada por uma outra fonte.

Na sequência destas denúncias, Jenny Jones, que faz parte da Autoridade Metropolitana da Polícia, solicitou à Scotland Yard que investigasse alegações que dão conta que estes dados eram vendidos a troco de 300 libras por cada pedido (340 euros).

Depois de ter avançado com estas denúncias ao jornal norte-americano, Hoare explicou no dia seguinte ao «The Guardian», que os jornalistas do «News of the World», sempre que necessitavam de saber a localização de determinadas pessoas, tinham apenas de fazer um pedido na redacção. «Dentro de 15 a 30 minutos alguém da redacção vinha ter contigo e dizia: é aqui que eles estão».