Grécia: Esquerda Radical tenta formar governo

A Coligação de Esquerda Radical (Syriza) vai tentar formar um governo de maioria na Grécia, depois da tentativa falhada do Nova Democracia.

Antonis Samaras, líder dos conservadores, havia sido mandatado pelo presidente helénico para apresentar um Executivo, depois do seu partido ter sido o mais votado nas eleições de domingo, com 18,8 por cento, correspondentes a 108 lugares no parlamento.

Contudo, a queda abrupta para 13,2 por cento (41 lugares parlamentares) dos socialistas do PASOK - o outro partido favorável à austeridade imposta pela troika à Grécia - não permitiu que as duas formações chegassem aos 151 assentos parlamentares necessários para assegurar uma maioria.

Samares disse ter feito «tudo» o que pôde para garantir a formação de um executivo, mas passou a tarefa ao segundo partido mais votado, o Syriza, depois de ter anunciado que a tarefa foi «impossível».

A Coligação de Esquerda Radical conseguiu uma votação histórica, com 16,76 por cento (52 deputados), ficando mesmo acima dos socialistas, habituados a serem um partido de poder na Grécia.

Alexis Tsipras, o líder do Syriza, tem agora pela frente a missão de formar um consenso entre vários partidos para formar governo, numa altura de elevada instabilidade política, económica e social.

Se ao fim de três dias isso não for possível, a responsabilidade passará para o PASOK, terceiro mais votado nas eleilões, e assim sucessivamente se o fracasso negocial se repetir.

A crise na Grécia levou a uma fragmentação do eleitorado, que castigou os partidos tradicionais do arco do poder e permitiu a subida das formações mais extremistas, quer de esquerda como de direita, como é o caso dos neonazis do Aurora Dourada, que conseguiram eleger 21 deputados.