Papa pede revisão do modelo económico global - TVI

Papa pede revisão do modelo económico global

Papa no Porto (LUSA)

Bento XVI solicitou ainda ajuda no combate contra o surto de cólera que já matou 917 pessoas no Haiti

Relacionados
O papa Bendo XVI instou este domingo a «uma reforma profunda do modelo de desenvolvimento global» e que se leve «a sério a crise económica» da qual se ocupou G20 - o grupo dos 20 países mais industrializados do mundo. À comunidade internacional pediu também que ajude o Haiti no combate contra a cólera.

Durante a homilia na Praça de São Pedro, o pontífice fez um «chamamento à comunidade internacional para que ajude generosamente a população do Haiti» que, depois do terramoto de Janeiro, viu, no último mês, 917 dos seus habitantes, dizimados por um surto de cólera.

Perante a crise económica e financeira, Bento XVI relembrou a «importância do trabalho na vida de um homem» e a necessidade de políticas de desocupação, acabando por apelar à renovação do modelo de desenvolvimento económico e o relançamento da agricultura.

«A crise económica actual, da qual se tratou nestes últimos dias na reunião do G20, tem de ser tomada com toda a seriedade. Esta tem inúmeras causas e exige uma remodelação profunda do modelo de desenvolvimento económico global», afirmou o Papa, citado pela agência AP.

Durante a missa dominical, o Papa referiu ainda a «tentação das economias mais dinâmicas» de «recorrer a alianças vantajosas», mas «prejudiciais, para os Estados mais pobres», perpetuando «situações de pobreza extrema de massas de homens e mulheres e acabando com os recursos naturais da Terra».

Em contexto «de desequilíbrio entre riqueza e pobreza, o escândalo da fome, a emergência ecológica e o problema do desemprego», o bispo de Roma considerou decisivo um «relançamento estratégico da agricultura» como um recurso indispensável para o futuro.

Bento XVI elogiou os muitos jovens - alguns com carreiras universitárias - que escolheram dedicar-se à agricultura, respondendo assim a necessidades pessoais e familiares, num sinal dos tempos e «mostrando uma sensibilidade concreta para o bem comum».

«É preciso apontar um novo equilíbrio entre a agricultura, indústria e serviços, para que o desenvolvimento seja sustentável e a ninguém falte o pão nem o trabalho, o ar, a água e o resto dos recursos que sejam preservados como bens universais», acrescentou.
Continue a ler esta notícia

Relacionados