Primeiro-ministro do Kosovo acusado de tráfico de orgãos - TVI

Primeiro-ministro do Kosovo acusado de tráfico de orgãos

Kosovo proclama independência (EPA/LUSA)

Investigação do Conselho Europeu implica Hashim Thaçi numa rede mafiosa responsável por crimes sistemáticos de homicídio e tráfico de droga e de órgãos

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O relatório de uma investigação conduzida pela Assembleia Parlamentar do Conselho Europeu publicado esta terça-feira sustenta que o primeiro-ministro do Kosovo, Hashim Thaçi, foi o líder de uma organização criminosa responsável por inúmeros homicídios e tráfico de órgãos e droga nos finais da década de 90.

O documento redigido por Dick Marty, membro do comité sobre Direitos Humanos e Assuntos Legais do Conselho Europeu também responsável de uma investigação do Conselho Europeu que desvendou a cumplicidade dos governos europeus com os voos secretos da CIA em 2007, descreve Thaci como líder do Grupo de Drenica, responsável por crimes sistemáticos e estabelecimento de redes de tráfico.

«Comprovamos que o grupo foi liderado pela personalidade talvez mais reconhecida internacionalmente do Exército de Libertação do Kosovo (UCK): Hashim Thaçi», lê-se no relatório.

O deputado liberal democrata suíço referiu ainda a existência de provas substanciais de que o sérvios e alguns albaneses kosovares tinham sido presos secretamente pelo UCK no norte da Albânia e «foram submetidos a tratamentos degradantes e inumanos até desaparecerem completamente».

No início do conflito aramando, antes das forças internacionais intervirem no restabelecimento da lei e ordem «foram removidos órgãos a alguns prisioneiros numa clínica em território albanês, perto de Fush-Kruje», acrescenta.

O governo kosovar já contestou às denúncias do relatório disponível no website do Conselho Europeu, argumentando que acusações são fabricações que servem o propósito de minar a o Thaci, que ganhou este domingo as primeiras eleições do Kosovo independente.



As informações foram obtidas, segundo Marty, na recolha de vários testemunhos em vários centros de detenção do UCK e clínicas instaladas no norte da Albânia que participaram na extracção dos órgãos de prisioneiros.

De acordo com a AFP, o relatório vai ser apresentado esta terça-feira perante o Conselho de Assuntos Legais em Paris e numa conferência de imprensa convocada para discutir as acusações enunciadas no relatório.
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