Síria: continuam os ataques governamentais

As forças sírias voltaram a matar dezenas de pessoas esta quarta-feira, décimo-terceiro dia dum cessar-fogo sistematicamente violado pelo regime de Bashar Al-Assad. Até agora, há apenas 15 observadores desarmados das Nações Unidas, dum grupo que deve chegar aos trezentos.

As tropas governamentais continuam a usar artilharia contra as cidades, uma situação que o enviado da ONU, Kofi Annan, considera inaceitável.

Uma fortíssima explosão arrasou um edifício em Hama. Um grupo da oposição garante que um rocket das forças governamentais provocou 54 mortos.

Na segunda-feira, observadores estiveram na cidade, mas pouco depois de saírem as tropas governamentais bombardearam a cidade, matando pelo menos trinta e uma pessoas.

Outras quatro pessoas foram mortas a tiro esta quarta-feira, num autocarro que parou num posto de controlo enquanto viajava de Alepo, no norte, para a capital, Damasco. Douma, a leste da capital, tem sido alvo de bombardeamento constante. A cidade não tem água potável, nem eletricidade nem rede telefónica. Duros combates também no sul, em Deraa, berço da revolta iniciada há mais de um ano.

E tudo isto, com um ritmo de destacamento dos observadores da ONU a passo de caracol. Podem demorar ainda um mês a juntar-se lá cem, um terço do contingente final.

Terça-feira, o autor do plano de paz, Kofi Annan, informou o conselho de segurança de que o regime sírio continua a violar os termos da trégua: ainda não retirou tropas e armamento pesado das cidades, o que Annan considera inaceitável.