Piratas atacaram, esta quinta-feira, dois navios mercantes junto à fronteira entre o Iémen e Oman, mas os ataques foram gorados graças a manobras evasivas dos navios visados.
O ataque ocorreu em águas internacionais, no extremo leste do corredor de navegação recomendado internacionalmente, disse à Lusa o porta-voz da NATO.
«Não houve intervenção por parte dos navios da Nato porque os ataques ocorreram a uma distância relativamente afastada do navio mais próximo da Aliança Atlântica e da coligação», afirmou o comandante Santos Fernandes.
Cargueiro grego foi sequestrado
Nos últimos dias ocorreram outros incidentes. O comandante Santos Fernandes assinalou o caso de um cargueiro grego que foi sequestrado por piratas no Oceano Índico, a 2200 quilómetros de distância da área de operações da Nato. O navio, registado nas Ilhas Marshall e com 22 tripulantes a bordo, dirige-se neste momento para as costas da Somália.
«Tratou-se do ataque a maior distância da costa da Somália de que há registo, pelo que não permitiu qualquer reacção dos meios militares envolvidos», disse.
De acordo com o comandante, não está prevista nenhuma intervenção directa das forças a este navio «a partir do momento em que há reféns e quando se coloca em causa a vida de cidadãos de outros países».
Na quarta-feira, Espanha pediu à missão naval da União Europeia na região, conhecida por «Operação Atalanta», para bloquear os portos da Somália de onde partem os ataques dos piratas. Santos Fernandes recusou-se a comentar este assunto, alegando que «passa ao lado» da missão da NATO na região, acrescentando que o envolvimento directo das forças da NATO em bloqueios a portos da Somália não é uma das linhas de acção actualmente previstas na sua ordem de operações.
Santos Fernandes explicou que a missão da operação «Ocean Shield», comandada pela fragata portuguesa «Álvares Cabral», é levar a cabo patrulhas nas áreas onde existe maior probabilidade de incidência de pirataria e fazer escoltas de determinados navios que correm maior risco. «Podemos eventualmente fazer algumas operações de presença junto a portos e áreas da Somália onde temos conhecimento de que existem campos e actividade de piratas, mas não bloqueios», explicou.
«O que fazemos é levantar e recolher informação, intimidar pela presença dos nossos navios e colocar alguma pressão sobre essa comunidade de piratas que está em terra, mas são operações localizadas no espaço e no tempo», frisou.
A fragata «Álvares Cabral» chefia desde 09 de Novembro e até 25 de Janeiro a operação «Ocean Shield» de combate à pirataria marítima ao largo das costas da Somália.
Somália: piratas continuam a atacar
- Redação
- RGB
- 12 nov 2009, 14:38
Dois navios mercantes conseguiram escapar aos ataques
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