Donald Trump usou o seu Twitter pessoal para reagir à providência cautelar de um juiz federal de Seattle que bloqueia, temporariamente, a ordem executiva que proíbe a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.
Em três curtas frases, o presidente dos EUA diz que "quando um país não pode dizer quem entra ou não, especialmente por razões de segurança" está "metido em sarilhos".
When a country is no longer able to say who can, and who cannot , come in & out, especially for reasons of safety &.security - big trouble!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 4 de fevereiro de 2017
Trump afirmou ainda que é "interessante que certos países do Oriente Médio concordem com a proibição". Para o presidente norte-americano isso significa que "eles sabem se certas pessoas são permitidas" isso significa "morte e destruição".
Interesting that certain Middle-Eastern countries agree with the ban. They know if certain people are allowed in it's death & destruction!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 4 de fevereiro de 2017
Mas o líder norte-americano não se fica por aqui e vai mais longe. Apelidando James Robart de "pseudo-juiz", Donald Trump considera a providência cautelar de "ridícula" e garante que a mesma "será anulada".
The opinion of this so-called judge, which essentially takes law-enforcement away from our country, is ridiculous and will be overturned!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 4 de fevereiro de 2017
A ordem executiva de Trump suspendia durante 90 dias a emissão de vistos para cidadãos dos sete países e por outros 120 o programa de acolhimento de refugiados.
Este sábado, horas depois do juiz federal de Seattle ter bloqueado, temporariamente, a ordem executiva do Presidente Donald Trump, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou o cancelamento de vistos para cidadãos de sete países muçulmanos.
O Departamento anunciou que cerca de 60.000 cidadãos daqueles países - Iémen, Irão, Iraque, Líbia, Síria, Somália e Sudão – tiveram os respetivos vistos “provisoriamente revogados” em cumprimento do decreto presidencial.
A decisão de revogar o cancelamento, acrescentou, foi tomada depois de notificação do Departamento de Justiça da decisão do juiz federal.
A partir de agora, precisou, as pessoas que estavam abrangidas pelo decreto e que tenham um visto válido podem entrar nos Estados Unidos.
A providência cautelar surgiu no mesmo dia em que se ficou a saber que mais de 100 mil vistos tinham sido revogados desde que Donald Trump assinou a ordem executiva, que além de suspender a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos nos EUA, também travou a entrada de refugiados.
A ordem temporária do juiz vigora até ser efetuada uma revisão completa da queixa apresentada pelo procurador-geral de Washington, Bob Ferguson.
Os números foram divulgados por um advogado do Estado durante uma audiência no tribunal federal de Alexandria, Estado da Virgínia, onde decorre o processo movido por dois irmãos iemenitas, que à chegada ao aeroporto de Dulles (EUA) foram colocados num avião de volta para a Etiópia, mesmo tendo consigo vistos legais de residência - que levaram anos a conseguir.