Italiana perto de conseguir «direito de morrer» (fotos) - TVI

Italiana perto de conseguir «direito de morrer» (fotos)

Eluana Englaro em coma há 17 anos

Eluana Englaro está em coma há 17 anos. Eutanásia divide país

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O combate travado pela família de Eluana, uma jovem italiana em coma há 17 anos e que se tornou símbolo da luta pelo direito de morrer, parecia ter chegado ao fim esta terça-feira, depois da transferência para uma clínica que aceitou desligar os aparelhos que a mantêm viva, No entanto, o governo italiano já fez saber pode voltar a impedir o desfecho desejado pela família, noticia a AFP.

«Este é o primeiro passo para a liberação de minha filha. Acho que finalmente conseguimos», comentou Beppino Englaro, o pai de Eluana, 37 anos, cujo destino está no centro de um intenso debate político, ético e judiciário em Itália.

Eluana chegou de manhã à clínica «La Quiete» (A tranquilidade) de Udine (nordeste), onde os médicos suspenderão sua alimentação após terem procedido durante três dias às verificações necessárias, indicou seu neurologista Carlo Alberto Defanti.

«Ela não vai sofrer nada», afirmou o dr. Defanti, que faz parte da equipa de 15 médicos e enfermeiros que cuidam de Eluana, em estado vegetativo desde um acidente de carro que a mergulhou no coma em Janeiro de 1992.

Sem a sonda que a alimenta, Eluana deve morrer num prazo de até 20 dias.

«Abominável assassinato»

O ministro da Saúde do Vaticano, o cardeal Javier Lozano Barragan reagiu à transferência de Eliana lançando um apelo para impedir o «abominável assassinato». No domingo, o papa Bento XVI apoiou a Igreja italiananz na sua postura contra a interrupção da alimentação de Eluana, considerando a medida uma «eutanásia inaceitável». O Papa afirmou que «a eutanásia é uma falsa solução para o drama do sofrimento» e um acto «indigno do homem».

O pai de Eluana obteve o direito de interromper a alimentação e a hidratação de sua filha com uma decisão definitiva da Corte de Cassação divulgada em 13 de Novembro.

Apesar desta decisão, o ministro da Saúde Maurizio Sacconi enviou em Dezembro uma advertência aos estabelecimentos poderiam eventualmente acolher Eluana para desligar os aparelhos, ameaçando-os de consequências «inimagináveis». Várias regiões que haviam até então aceitado acolhê-la mudaram de ideia.

Sacconi afirmou nesta terça-feira que o governo «estava a examinar a situação de um ponto de vista formal», dando a entender que haverá uma nova intervenção contra a suspensão da alimentação da mulher.
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