30 anos de Portugal na CEE: as memórias dos eurodeputados - TVI

30 anos de Portugal na CEE: as memórias dos eurodeputados

Em Portugal entraram milhares de milhões, primeiro de escudos depois de euros, através dos fundos comunitários. Mais desenvolvimento, a consolidação da democracia, uma voz mais presente no mundo.

Foi há 30 anos, precisamente a 12 de junho de 1985, que Portugal assinou o tratado de adesão à Comunidade Económica Europeia. O tratado de adesão foi assinado no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, pelo então primeiro-ministro Mário Soares. 30 anos depois há mais 16 estados membros, uma moeda única e um novo nome.

João Ferreira, eurodeputado do PCP, tinha sete anos e diz que se lembra do dia: 

“Não tenho uma memória muito nítida, mas lembro-me perfeitamente de toda a cerimónia nos Jerónimos”


A memória do socialista Carlos Zorrinho é ainda mais viva:

“Lembro-me de ter ficado muito contente. Eu tinha sido líder estudantil, tinha participado em muitos debates”


Da CEE à União Europeia, do escudo ao euro, muito mudou em três décadas, a começar pelo país, como refere o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz:

“Comparem o Portugal de 1985 com o Portugal de hoje. Olhem para Lisboa, para o Porto ou para Coimbra. Ou vão à costa do Algarve. Comparem os dois países.”


Também o comissário europeu Carlos Moedas frisa e evolução do país:

“Muitas vezes não damos, no dia-a-dia, o valor do que é ter neste momento 28 países à volta de uma mesa a discutir num clima de paz”.


Portugal elege 21 deputados ao Parlamento Europeu, mas apesar dos 30 anos de presença nas instituições europeias há muitos portugueses que ainda não sabem o que se discute no Parlamento.

“O essencial do que afeta a nossa vida do ponto de vista legislativo acontece na Europa, nas instituições europeias. Não apenas, mas também, no Parlamento Europeu. Até as eleições europeias não são eleições menores”, refere Nuno Melo, europedutado do CDS-PP.


Mas, na liga dos mais desenvolvidos, há quem aponte desvantagens e promessas que ficaram por cumprir.

“O que ficou por cumprir foi a convergência, foi a promessa de sermos mais iguais uns aos outros e de podermos viver numa comunidade de iguais”, refere Marisa Matias, do Bloco de Esquerda.


Também Paulo Rangel, do PSD, aponta fragilidades no processo:

“O que eu acho que tem falhado é haver uma aceleração na integração, que não foi acompanhada de uma, diria eu, maturidade das instituições”.


Em Portugal entraram milhares de milhões, primeiro de escudos depois de euros, através dos fundos comunitários. Mais desenvolvimento, a consolidação da democracia, uma voz mais presente no mundo.
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