Bruxelas mostra “otimismo cauteloso” sobre regresso de EUA ao acordo com o Irão - TVI

Bruxelas mostra “otimismo cauteloso” sobre regresso de EUA ao acordo com o Irão

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  • 17 nov 2020, 14:49
Joe Biden

Joe Biden, recentemente eleito Presidente dos Estados Unidos, já fez saber que pretende regressar ao acordo de não-proliferação de armas nucleares com o Irão, desde que Teerão respeite as condições estipuladas no documento

Comissão Europeia manifestou esta terça-feira um “otimismo cauteloso” relativamente à possibilidade de os Estados Unidos regressarem, com Joe Biden, ao acordo nuclear com o Irão, após o terem abandonado com Donald Trump em 2018.

Vamos esperar pela nova administração e pela apresentação das suas políticas, mas há um otimismo cauteloso de que, relativamente ao Irão, a dinâmica geral será diferente”, referiu Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros.

O porta-voz sublinhou ainda que as “indicações dadas” por Biden mostram que irá abordar a questão iraniana de “maneira completamente diferente da que tinha sido escolhida” por Donald Trump, e que a União Europeia (UE) está “pronta” para trabalhar com os Estados Unidos da América (EUA) em “muitas áreas”.

No passado, tendo em conta que os EUA e a UE partilham valores (…) e o mesmo sistema político, cada vez que trabalhámos juntos fomos sempre mais eficientes e mais bem-sucedidos”, sublinhou Peter Stano em conferência de imprensa.

As declarações do porta-voz do executivo comunitário surgem após o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, e o seu homólogo alemão, Heiko Maas, terem publicado um editorial na segunda-feira no jornal francês Le Monde em que pedem aos EUA “uma abordagem comum face ao Irão”.

Pedimos aos Estados Unidos que voltem a uma abordagem comum face ao Irão, para que possamos, juntos, assegurar-nos de que o programa nuclear iraniano tem apenas objetivos pacíficos e trazer uma resposta aos outros desafios que o Irão traz à nossa segurança e à nossa região”, referem os dois ministros no texto.

Já o jornal norte-americano New York Times publicou esta terça-feira um artigo em que revela que o ainda Presidente norte-americano, Donald Trump, terá perguntado, na quinta-feira passada, a conselheiros se seria possível lançar um ataque militar à principal instalação nuclear iraniana.

Trump queria nomeadamente iniciar uma ação de retaliação após o anúncio da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) de que o governo de Teerão procedeu ao aumento das suas reservas iranianas de urânio enriquecido, tendo atualmente 2.499 quilos, quando o limite máximo estipulado no acordo de não-proliferação nuclear era de 300 quilos.

Donald Trump terá sido dissuadido pelos responsáveis presentes na reunião.

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