Diferença entre paz e a guerra "é mais difusa", alerta Josep Borrell - TVI

Diferença entre paz e a guerra "é mais difusa", alerta Josep Borrell

  • Agência Lusa
  • RL
  • 21 nov 2021, 12:30
Josep Borrell

Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança fez o enquadramento da estratégia de defesa europeia até 2030

O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, defendeu que hoje “a diferença entre paz e guerra é mais difusa”, ao falar do enquadramento da estratégia de defesa europeia até 2030.

Em declarações ao diário La Vanguardia, Borrell citou como exemplo os desafios de um novo tipo que a União Europeia enfrenta com a crise dos refugiados na fronteira com a Bielorrússia, realçando ainda que “as ameaças híbridas soam como teoria até que te depares com uma que te afete”.

E prosseguiu: “Esta crise mostrou que se pode passar da teoria à prática rapidamente”.

Além disso, este fenómeno mostrou que crises como a migração, que antes afetavam apenas alguns países, especialmente no sul do continente europeu, podem passar “repentinamente para outros Estados membros”, advertiu.

No entanto, o projeto de defesa da comunidade europeia proposto por Borrell, que se propõe desenvolver uma capacidade rápida de desdobrar forças militares até 5.000 soldados que devem treinar juntos, não quer “substituir” a NATO, mas “desenvolver a ambição que está nos tratados e que para além de se ter apenas um mercado e moeda comuns, ter-se (também) uma política comum de defesa e segurança”.

O chefe da diplomacia europeia referiu ainda que este modelo se justifica porque “o mundo que vem aí está muito mais inseguro”.

“Vivemos no mundo em que vivemos, não naquele que gostaríamos. E para sobreviver num mundo em que tudo se torna uma arma - vacinas, máscaras, comércio, imigrantes - é preciso ter certas competências”, salientou.

Por isso, Borrell “analisou, propôs e promoveu” a Bússola Estratégica no contexto da estratégia de defesa europeia até 2030, embora sejam agora os Estado- membros, no âmbito do Conselho Europeu, que devem decidir se “aceitam ou não” esta proposta.

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