Imigrantes: até onde a UE vai digerir a ementa de Cameron - TVI

Imigrantes: até onde a UE vai digerir a ementa de Cameron

Sentados à mesa, os 28 debateram as propostas do Reino Unido para uma reforma da sua participação no seio da União

Para além da comida que foi servida nos pratos do jantar dos líderes dos 28, reunidos em Bruxelas, na quinta-feira à noite, para o Conselho Europeu, David Cameron, o chefe de governo britânico tinha outra ementa para oferecer. A conversa sobre uma requalificação das relações entre o Reino Unido e a UE andou em redor dos quatro pontos assinalados por Cameron numa carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em novembro. A persecução desses objetivos pode ditar a continuação ou não do Reino Unido na União Europeia, questão que vai a referendo em 2017.

Uma das medidas mais polémicas e, ao mesmo tempo, mais populistas, tem a ver com a mudança das regras do jogo no que toca aos benefícios sociais para aqueles que migram para o Reino Unido.

Cameron propôs que os imigrantes só tenham direitos a benefícios sociais no seu país, depois de quatro anos a contribuírem para o erário público britânico. Uma proposta que pode chocar com um dos princípios basilares da União Europeia – a livre circulação de pessoas e bens dentro do espaço da União.

Depois de várias horas sentados à mesa, Cameron estava satisfeito com o repasto:

“Fizeram-se grandes progressos”, disse David Cameron, de acordo com a BBC, mas admitindo que o percurso não é fácil.


David Cameron falou aos seus parceiros durante 45 minutos.

Angela Merkel disse, no final do jantar, que “ficou assente que todos querem um acordo, mas sempre com a salvaguarda dos princípios europeus, como sejam a proibição de discriminação e a liberdade de circulação”, cita a Sky.


Como correu a digestão desde jantar organizado por Donald Tusk, vai saber-se lá para fevereiro de 2016, data de mais um Conselho Europeu e o fim do prazo dado por David Cameron.

Segundo a Sky, ainda antes do jantar, um grupo de representantes dos Estados-Membros da União Europeia, considerava as demandas de Cameron como inaceitáveis.

A aceitação ou não das reivindicações dos britânicos pode ditar a continuação do país na Europa dos 28. O Reino Unido nunca aderiu à moeda única, e agora pondera sair da União Europeia. Essa decisão caberá ao eleitorado britânico, através de um referendo ainda sem data, mas a realizar em 2017. 
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