Novo vídeo com passageiro retirado à força de avião - TVI

Novo vídeo com passageiro retirado à força de avião

  • PP
  • 11 abr 2017, 11:07

Mais testemunhas do incidente no voo 3411 da United Airlines divulgaram novas imagens. Agente de segurança que arrastou passageiro foi suspenso. CEO da companhia lamenta sucedido, mas defende funcionários

As imagens da remoção forçada de um passageiro do voo 3411 da United Airlines, domingo passado, chocaram os internautas e voltaram a colocar a companhia no centro das atenções pelos piores motivos. Esta terça-feira, foram divulgadas novas imagens do passageiro agredido pelas forças de segurança, com o rosto ensanguentado e visivelmente abalado com o sucedido. Afirmava repetidamente: "Matem-me, matem-me".

 

 

Após a divulgação das imagens, o agente da autoridade que arrastou o passageiro que se recusava a sair do avião foi colocado “de licença” e foi aberto um inquérito para apurar o sucedido. O Departamento de aviação de Chicago, ao qual pertencem os agentes, acrescentou ainda que “aquele tipo de atitudes não são toleradas pela instituição”.

Entretanto, o CEO da United Airlines, Oscar Munoz também já veio pedir desculpas, mas garantiu que os funcionários da companhia “cumpriram os procedimentos estabelecidos” e acusou o passageiro de ser "disruptivo e beligerante" e não deixou alternativa a não ser chamar as autoridades.

Num email enviado aos funcionários, divulgado esta terça-feira por vários órgãos de comunicação social, o executivo admitiu ter ficado “incomodado com o que viu e ouviu”. A própria United Airlines terá também aberto uma investigação ao caso.

Na verdade, as palavras de Oscar Munoz foram de apoio:

"Embora lamente que esta situação tenha acontecido, quero deixar claro que estou com vocês e pedir que continuem o bom trabalho e a garantir que voamos bem”

Recorde-se que, domingo passado, após ter vendido bilhetes a mais, a United Airlines, procurou voluntários entre os passageiros para saírem do voo 3411, que ligava Chicago para Louisville, e seguirem viajem no dia seguinte. Apesar de ter oferecido dinheiro, todos recusaram. 

 

Como precisavam de lugares para acomodar funcionários da companhia, que tinham de estar em Louisville, no dia seguinte, para um voo, terão sido escolhidos, por um computador, de forma aleatória passageiros para saírem do avião. O problema, é que um deles se recusou a sair. Justificou que era médico e tinha consultas marcadas para o próximo dia.

O que é overbooking?

Lugares vazios num avião custam dinheiro às companhias aéreas. Por isso, estas compensam passageiros que falham os voos vendendo mais bilhetes. Ou seja, o overbooking não é invulgar.

Segundo a BBC, o primeiro passo, é procurar "voluntários" entre os passageiros para fazerem a viagem no dia seguinte e, normalmente, são atribuídas compensações a quem aceita. A United Airlines fez duas ofertas, mas todos os passageiros recusaram.

A companhia norte-americana informou depois que seriam selecionados quatro passageiros e que lhes era garantido voo no dia seguinte. Neste caso, após a "escolha", um casal aceitou sair. Segundo a BBC, também a acompanhante do passageiro agredido aceitou sair. Apenas ele terá recusado. A companhia podia ter acedido aos argumentos usados e escolhido outro passageiro. Optou por chamar a segurança do aeroporto.

Em última instância, e sem infringir a lei, a companhia aérea pode pedir para retirar um passageiro de um voo. Mas estas situações são raras. Ainda segundo a BBC, os passageiros costumam ser informados da decisão antes de embarcarem no avião e são também raras casos em que o motivo é o transporte de funcionários da própria companhia (o que aconteceu neste incidente da United Airlines).

Não havendo regras para a seleção dos passageiros "convidados a sair", um porta-voz da companhia norte-americana, confirmou à BBC que "há vários fatores", mas que os passageiros frequentes da companhia e os que pagam as tarifas mais altas têm prioridade para permanecer a bordo.

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