Nem todos os 'stocks' de peixe estão em declínio no mundo graças à gestão de recursos pesqueiros - TVI

Nem todos os 'stocks' de peixe estão em declínio no mundo graças à gestão de recursos pesqueiros

  • AM
  • 13 jan 2020, 21:57
Peixe

Estudo indica que quase metade dos peixes capturados em todo o mundo é proveniente de unidades populacionais monitorizadas, e que, em média, aumentou a quantidade de peixe, com as reservas em níveis sustentáveis ou a ser recuperadas com sucesso

A gestão de recursos pesqueiros está a produzir resultados e há populações de peixe que estão a aumentar, indica um estudo internacional liderado pela Universidade de Washington divulgado esta segunda-feira.

Publicado na revista científica Anais da Academia Nacional de Ciências, dos Estados Unidos, o estudo indica que quase metade dos peixes capturados em todo o mundo é proveniente de unidades populacionais monitorizadas, e que, em média, aumentou a quantidade de peixe, com as reservas em níveis sustentáveis ou a ser recuperadas com sucesso, apesar de existirem ainda grandes lacunas na informação disponível.

O projeto compilou e analisou dados sobre capturas em todo o mundo e com base nos resultados os investigadores deixam uma perspetiva mais otimista do que aquela prevalente até agora.

“Há uma narrativa de que as reservas estão a declinar em todo o mundo, que a gestão dos bancos de pesca falhou e que precisamos de novas soluções. E isso é totalmente errado”, disse o principal autor do artigo publicado esta segunda-feira, Ray Hilborn, professor da Universidade de Washington.

O investigador frisou que nem todos os 'stocks' de peixe estão em declínio no mundo e que em muitos locais eles estão a aumentar.

O estudo resulta de uma colaboração internacional de uma década de compilação de estimativas sobre a situação de 'stocks' de espécies com valor comercial ou de populações distintas de peixes. Junta dados sobre quase metade das capturas de peixe no mundo e permite perceber a situação em termos de pesca, onde se deve melhorar e quais são os problemas, e ainda onde se está a pescar em excesso e onde há potencial de crescimento de pesca.

A equipa de investigação construiu uma rede de colaboradores em vários países e regiões do mundo e tem dados de locais como o Mediterrâneo, o Peru, o Chile, a Rússia, o Japão ou o noroeste de África. Hoje são cerca de 880 bancos de pesca que estão a ser monitorizados.

Os investigadores reconhecem, no entanto, as lacunas existentes nos dados disponíveis para estudo, admitindo que a maioria dos 'stocks' de peixe no sul e sudeste da Ásia não têm estimativas, quando a pesca na Índia, Indonésia e China representa 30 a 40% das capturas em todo o mundo e não estão a ser avaliadas.

Com base nos resultados conseguidos com a rede de partilha de dados, os investigadores concluíram que a melhor solução para uma pesca sustentável é uma gestão eficaz.

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