Covid-19: quase 25 milhões de doses da vacina da AstraZeneca chegaram à UE entre polémicas - TVI

Covid-19: quase 25 milhões de doses da vacina da AstraZeneca chegaram à UE entre polémicas

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  • MJC
  • 7 abr 2021, 13:21
AstraZeneca

Até hoje, foram distribuídas perto de 98,8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 na UE, das quais 79,1 milhões de doses já foram administradas

Pelo menos cerca de 24,8 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca contra a covid-19 chegaram já à União Europeia (UE) apesar das polémicas envolvendo a farmacêutica, tendo também chegado dois milhões de doses das vacinas russa e chinesa.

Os dados constam da ferramenta ‘online’ criada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para rastrear a vacinação no espaço comunitário e que tem por base as notificações dos Estados-membros, revelando que, até hoje, foram distribuídas perto de 98,8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 na UE, das quais 79,1 milhões de doses já foram administradas.

Destaque para o fármaco da AstraZeneca – envolto em polémica por eventualmente estar relacionado com casos de tromboembolismos após a sua administração e devido à produção insuficiente para a UE – e, do qual, segundo os dados do ECDC, foram distribuídas 24,8 milhões de doses para os países europeus.

Pela primeira vez, os dados do ECDC contabilizam as vacinas chinesa e russa, que apesar de ainda não estarem aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) estão já a ser administradas na Hungria, significando que um total de 1,1 milhões doses do fármaco Sinopharm e 830 mil doses Sputnik V chegaram à UE.

Ainda assim, a vacina com mais doses distribuídas no conjunto dos 27 Estados-membros é a da Pfizer/BioNTech (quase 62 milhões), seguida pela AstraZeneca e Moderna (10,1 milhões).

Dos dados do ECDC consta, ainda, pouco mais de um milhão de doses de vacinas de designação desconhecida (já que tais informações são comunicadas à agência europeia pelos próprios países).

Só 6,2% da população adulta europeia está totalmente vacinada (com as duas doses), enquanto 14,7% já recebeu a primeira dose, tendo a Comissão Europeia estipulado o objetivo de que pelo menos 70% dos adultos europeus estejam vacinados até final do verão.

Bruxelas atribuiu os níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da Vaxzevria (o novo nome do fármaco da AstraZeneca) para a UE, exigindo que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE pela EMA: Pfizer/BioNTech (Comirnaty), Moderna, Vaxzevria e Janssen (grupo Johnson & Johnson, que estará em distribuição em meados deste mês de abril).

No que toca à Vaxzevria, a EMA vai pronunciar-se hoje sobre a possível relação entre a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e a formação de coágulos sanguíneos.

Essa tomada de posição surge depois de, na segunda-feira em declarações ao jornal italiano ‘Il Messaggero’, o responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, ter considerado “evidente” a ligação entre a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e a ocorrência de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.

A AstraZeneca tem estado envolta em polémica devido ao surgimento, em meados de março, de coágulos sanguíneos em vacinados com a sua vacina contra a covid-19, situação que levou alguns países europeus a suspender por alguns dias o seu uso e que só foi ultrapassada depois de a EMA ter garantido que este era um fármaco seguro e eficaz.

Porém, o regulador europeu tem desde então vindo a investigar a relação entre a vacina e os episódios de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com a vacina Vaxzevria.

Também hoje, a presidência portuguesa do Conselho da UE promove uma reunião de urgência dos ministros da Saúde, por videoconferência, para debater as conclusões dos peritos sobre os eventuais riscos associados à vacina AstraZeneca contra a covid-19.

Antes, no final de janeiro e logo após a ‘luz verde’ da EMA à sua vacina, a AstraZeneca anunciou que pretendia entregar doses consideravelmente menores do que acordado com a UE, alegando problemas de capacidade na produção, o que levou Bruxelas a criar um sistema de controlo das exportações.

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