Maduro apelas aos militares para manterem “lealdade absoluta” ao seu governo - TVI

Maduro apelas aos militares para manterem “lealdade absoluta” ao seu governo

  • SS - atualizada às 09:46
  • 1 mai 2019, 09:40

O apelo foi feito, na terça-feira , durante um discurso ao país, transmitido em simultâneo, de forma obrigatória, pelas rádios e televisões venezuelanas, desde o palácio presidencial de Miraflores, em Caracas. Por seu lado, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, insistiu que Maduro não tem "o apoio nem o respeito" das Forças Armadas e apelou aos venezuelanos para voltarem às ruas para uma "rebelião pacífica”

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apelou às Forças Armadas Bolivarianas (FAB) para que mantenham "lealdade absoluta" ao seu governo, no mesmo dia em que um grupo de militares venezuelanos apoiaram uma tentativa de golpe do líder opositor Juan Guaidó.

Chamo as FAB a unirem-se cada vez mais ao povo e à lealdade absoluta e a ter presente o provérbio do coração, que diz: leia sempre, traidores nunca. Junto do povo, sempre. Junto da Constituição", disse.

O apelo foi feito, na terça-feira , durante um discurso ao país, transmitido em simultâneo, de forma obrigatória, pelas rádios e televisões venezuelanas, desde o palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.

O líder venezuelano desmentiu ainda quaisquer intenções de abandonar o poder e refugiar-se em Cuba, como avançou o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

Dizia Mike Pompeo que eu, Maduro, tinha um avião ligado, para ir para Cuba, para fugir e que os russos me fizeram descer do avião proibiram-me abandonar o país. Senhor Pompeo, por favor, que falta de seriedade", acusou.

Segundo Nicolás Maduro, uma "intervenção militar, o golpismo, um confronto armado não são o caminho para a Venezuela. Os venezuelanos têm de resolver as diferenças em paz, respeito mútuo, sob a premissa da liberdade constitucional" que desfrutam.

"A nossa causa é enfrentar, todos os dias, os problemas que o nosso povo tem, produto das sanções e das agressões imperialistas. A nossa causa é a causa de Bolívar, não a de Monroe", frisou.

Por outro lado, acusou a oposição o fundador do partido opositor Vontade Popular ,Leopoldo López, de estar a promover violência no país e ordenou ao ministro de Comunicação, que divulgue, nos próximos dias, "as provas da tentativa golpista" de terça-feira.

"Devemos mostrar toda a verdade da ação armada e violenta", disse o chefe de Estado que garantiu que a base aérea militar de La Carlota nunca foi "tomada" pelos militares "traidores".

"80% dos profissionais militares e policiais que foram convocados ao Distribuidor Altamira (junto da base aérea), foram enganados. Disseram-lhes que iriam fazer uma operação na prisão de Tocorón (estado de Arágua, 100 quilómetros a oeste de Caracas)", justificou.

O primeiro mandatário venezuelano frisou ainda que ao longo de 2019 tem derrotado "ameaças, agressões, sanções, com moral, vontade e amor profundo" pela história dos venezuelanos.

Por outro lado, anunciou que foram nomeados três procuradores para investigar "as acusações criminosas", perante tribunais, dos que participaram no chamamento à rebelião.

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, desencadeou na madrugada de terça-feira um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

O regime ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado. Não houve, durante o dia, progressos na situação, que continua dominada pelo regime.

O clima de tensão está em crescendo na Venezuela: na terça-feira milhares de venezuelanos cortaram as ruas de Caracas para mostrar apoio ao autoproclamado presidente internino e imagens televisivas mostraram carros militares a avançarem sobre a multidão em protesto. Foram também já ouvidos disparos.

Guaidó pede “rebelião pacífica” 

Por seu lado, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, insistiu que Nicolás Maduro não tem "o apoio nem o respeito" das Forças Armadas e apelou aos venezuelanos para voltarem às ruas para uma "rebelião pacífica”

Maduro não tem o apoio, nem o respeito das Forças Armadas. Muito menos do povo da Venezuela, porque não protege ninguém, porque não oferece resultados nem soluções", disse Guaidó num vídeo divulgado através do Twitter.

Segundo Juan Guaidó, na terça-feira os venezuelanos viveram "um dia histórico para o país, no início da fase definitiva da 'Operação Liberdade'".

Vimos que a pressão e os protestos, geram resultados, que não apenas o reconhecimento do mundo. Esses militares valentes fizeram o chamamento e milhares de venezuelanos saíram às ruas", disse.

 

 

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