O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, manifestou esta segunda-feira “total apoio” à sua homóloga brasileira, Dilma Roussef, que enfrenta um processo de destituição, considerando que a “direita na América desconhece a própria soberania da região”.
A direita do continente americano desconhece a Soberania Popular? Eles querem que desapareçamos? Alerta, alerta, eles vêm aí”.
La derecha del continente desconoce la Soberanía Popular ¿que pretenden desaparecernos? Alerta,alerta que Camina... pic.twitter.com/Y9Q6d9RgYh
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) April 18, 2016
Afirmação do chefe de Estado da Venezuela numa publicação divulgada através da rede social Twitter, juntamente com várias imagens de apoio a Dilma Rousseff.
Durante as últimas semanas, Maduro tem manifestado o apoio à Presidente do Brasil sublinhando que Rousseff está a ser vítima de um “golpe de Estado mediático-judicial” e de uma “ofensiva imperialista” que quer neutralizar a “esquerda latino-americana”.
"Sim" à aprovação do processo de destituição de Dilma
Num Brasil dividido, o sim ao impeachment venceu este domingo à noite, ou seja, a o processo de destituição da Presidente Dilma Rousseff passou na Câmara dos Deputados. A votação durou largas horas, num ambiente muito tenso entre os deputados, com apupos e insultos bastante audíveis sobretudo durante as intervenções de quem votou não.
Era preciso que pelo menos dois terços dos deputados, isto é, 342 em 513, votassem a favor do afastamento de Dilma Rousseff para o processo passar para o Senado. Caso contrário, o processo seria arquivado. A maioria foi conseguida. Se o Senado considerar a Presidente culpada, destitui-la-á. Já sem mudar o resultado da eliminatória, o resultado final saldou-se em 367 votos a favor, 137 contra, sete abstenções. Dois deputados não votaram.
A aprovação do pedido de 'impeachment' da Presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, foi assinalada com foguetes em Brasília e festejos em vários pontos do país.
Dilma Rousseff não será, pelo menos para já, afastada da Presidência da República. Ainda será preciso esperar que o Senado receba o processo aprovado pela Câmara dos Deputados. O mais provável é que esse processo seja entregue até à próxima terça-feira, dia 19 de abril.
No Brasil, só o Senado tem poder para julgar um Presidente da República e irá decidir, ou não, a instauração do processo.
Se Senado aceitar o pedido de impeachment, aí sim, Dilma Rousseff será automaticamente afastada da presidência por um período de até 180 dias, durante o qual o Senado terá de votar sobre a destituição.