Venezuela volta a estar a ferro e fogo contra medidas de Maduro - TVI

Venezuela volta a estar a ferro e fogo contra medidas de Maduro

  • Notícia atualizada às 07:55
  • 4 mai 2017, 00:53

Um morto e 160 feridos é o balanço de mais uma jornada de confrontos. Batalhas nas ruas entre manifestantes e polícia surgem após presidente querer um novo parlamento

Uma pessoa morreu e pelo menos outras 298 ficaram feridas em dois municípios de Caracas, após confrontos com as forças de segurança, durante protestos contra uma futura Assembleia Constituinte, decidida pelo presidente Nicolás Maduro.

Os confrontos surgiram depois das forças de segurança reprimirem milhares de opositores que pretendiam marchar até ao parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria.

O maior número de feridos foi registado em Baruta, onde 234 pessoas foram atendidas nos serviços de saúde locais, com "traumatismos e asfixias", de acordo com uma informação publicada na conta do município na rede de mensagens instantâneas Twitter.

O presidente da câmara de Chacao, Ramón Muchacho, disse aos jornalistas que os serviços de saúde locais atenderam 164 pessoas, incluindo dois jovens com queimaduras causadas por 'cocktails-Molotov, e dois feridos por balas de borracha.

Bala de borracha na nuca

A presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, Rafaela Requesens, em Altamira, município de Chacao, disse que um blindado da Guarda Nacional Bolivariana, a polícia militar, atacou um grupo de manifestantes e atropelou um deles, que foi atendido de urgência em Salud Chacao.

O alcaide de Baruta, Gerardo Blyde confirmou, aos jornalistas, que um jovem de 17 anos morreu depois de ser atingido por um tiro de bala de borracha na nuca, quando se manifestava na Autoestrada Francisco Fajardo.

Um mês com 29 mortos

As manifestações contra e a favor do presidente Nicolás Maduro intensificam-se desde há um mês na Venezuela, tendo provocado até agora pelo menos 29 mortos e mais de seis centenas de feridos.

A oposição reclama a libertação dos presos políticos, a convocação de eleições gerais, o fim da repressão e manifesta-se ainda contra duas sentenças do Supremo Tribunal de Justiça, que limitam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assume as funções do parlamento.

Entretanto, na quarta-feira, milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades, contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita na última segunda-feira por Nicolás Maduro.

Segundo a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) a Assembleia Convocatória "é um fraude, é inconstitucional e implica o fim da democracia".

Na segunda-feira, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou os venezuelanos para elegerem uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã, para, justificou, preservar a paz e a estabilidade da República, incluir um novo sistema económico, segurança, diplomacia e identidade cultural.

Segundo Nicolás Maduro, como parte das suas "atribuições constitucionais" está a reforma do Estado venezuelano e modificar a ordem jurídica, permitindo a convocatória redigir uma nova Constituição.

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