Parlamento de Israel vai ter a primeira deputada muçulmana com hijab - TVI

Parlamento de Israel vai ter a primeira deputada muçulmana com hijab

  • JF
  • 10 mar 2020, 15:52
Deputada muçulmana véu

Iman Yassin Khatib, que foi eleita pela coligação que representa a população árabe do país, pediu à população que "olhe além do véu"

Pela primeira vez, uma deputada muçulmana que usa o véu islâmico, o hijab, foi eleita para o parlamento israelita. Iman Yassin Khatib, que foi eleita pela Lista Conjunta de Partidos Árabes, diz que é preciso "olhar além do véu”.

Iman Yassin Khatib, de 55 anos, já tinha sido candidata a deputada nas eleições de abril e de setembro de 2019. Foi agora eleita para o Kneset, o parlamento israelita, no 15.º e último lugar conquistado pela Lista Conjunta, que representa a população área, de origem palestiniana, em Israel e que nestas eleições consolidou a posição de terceira força política do país. 

Khatib faz parte do partido islâmico “Raam”, um dos quatro partidos que formam a coligação da Lista Conjunta.

Mãe de quatro filhos, é formada em Serviço Social pela Universidade de Haifa e tem uma pós-graduação em Estudos da Mulher, o tema que tem orientado a sua carreira política.

Diz que o seu ativismo político e a luta pelos direitos das minorias árabes remonta aos tempos de juventude. Recorda que em 1976, quando era ainda uma criança, assistiu ao massacre de seis manifestantes que se insurgiam contra o confisco dos seus campos agrícolas.

Durante a campanha, o véu islâmico que usa deu que falar quer na imprensa local quer na internacional. Mas apesar de reconhecer a sua importância e o seu simbolismo, Khatib prefere destacar o que está para lá do véu, ou seja, as mudanças políticas que pretende implementar no país.

Não há nada que desvie a atenção das pessoas do meu hijab. Mas o importante é o que está dentro: a capacidade e o potencial para promover a nossa comunidade”, disse em declarações à agência Reuters.

Por isso, deixou um apelo: “Todos os desafios que enfrentei na minha vida foram dificultados porque uso um hijab. (...) Olhem além do véu".

A Lista Conjunta de Partidos Árabes defende a criação de um Estado Palestiniano e a abolição da Lei do Estado Judaico, aprovada por Benjamin Netanyahu, em 2018. A coligação contesta ainda as desigualdades ao nível do investimento público e reclama mais medidas de segurança e proteção das minorias no país.

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