Brasil: enfermeiros dormem no chão no hospital de campanha do Maracanã - TVI

Brasil: enfermeiros dormem no chão no hospital de campanha do Maracanã

Enfermeiros no Maracanã

Denúncia foi feita nas redes sociais. Nos vídeos divulgados, é possível ver os enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam na linha da frente contra a Covid-19 a dormir em colchões colocados no chão do estádio

O Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro, no Brasil, foi transformado num hospital de campanha por causa da pandemia de Covid-19. Agora, as condições em que os enfermeiros e técnicos de enfermagem que trabalham na unidade hospitalar têm para descansar foram denunciadas através de vídeos divulgados nas redes sociais.

Nos vídeos divulgados, é possível ver os enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam na linha da frente contra a Covid-19 a dormir em colchões colocados no chão do estádio.

“Isso é absurdo. Isso é desumano. Isso é uma falta de consideração com o pessoal da enfermagem”, ouve-se um profissional dizer no vídeo. 

Na imagem, sete pessoas aparecem deitas num corredor, sendo que duas delas dividem o mesmo colchão.

A crítica sobe de tom, quando uma profissional denúncia a diferença de tratamentos entre enfermeiros e médicos, ambos na linha da frente, mas com condições para descansar bastante distintas.

"Tem que ver como é que fomos tratados. Parecia que éramos cocó. "Isso aqui é do médico, eu estou a cumprir ordens". Eu disse: "Eu só quero saber onde nos deitamos", acusa outro profissional no vídeo, enquanto outra pessoa acrescenta: "A gente é bicho". 

 

Os vídeos foram divulgados na terça-feira à noite e denunciam ainda que, apenas cinco dias após a inauguração da unidade, há mofo e falta de luz e de água nas instalações.

Os vídeos foram remetidos para o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro que já abriu um inquérito para investigar as denúncias. 

O Rio de Janeiro, segundo estado brasileiro mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, inaugurou no sábado um hospital de campanha construído no estádio Maracanã, que será utilizado por pacientes com covid-19 em estado grave.

O hospital, que funcionará numa área exterior do estádio, foi construído em 38 dias.

Com capacidade para cerca de 78.000 pessoas, o Maracanã é um símbolo da história do futebol e foi o local da final da Mundial de futebol de 2014 e o local da cerimónia de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016.

No Brasil há o registo de 202.918 casos e 13.993 mortes provocadas pela covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou mais de 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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