Brasil: homem mata 11 crianças em escola do Rio

Notícia actualizada às 18:18

Um jovem de 24 anos entrou numa escola do Rio de Janeiro, na zona de Realengo, e descarregou dois revólveres contra os alunos. Onze crianças morreram - um rapaz e dez raparigas com idades entre os 12 e os 14 anos - e 13 ficaram feridas, refere o jornal «Globo».

O atirador ter-se-á suicidado de seguida, segundo o sargento da polícia que acorreu ao local. O agente passava junto à Escola Municipal Tasso da Silveira quando um grupo de alunos lhe pediu socorro. Entrou na escola e baleou o atirador numa perna. A seguir a esse disparo, o homem, que usava um cinto carregado de munições, matou-se.

«Cumpri o meu dever», declarou o sargento Márcio Alves. «Cheguei já estava ocorrendo os tiros. No segundo andar, encontrei o meliante saindo de uma sala. Ele apontou a arma na minha direcção, foi baleado, caiu na escada e cometeu o suicídio», contou o polícia ao «Globo».

O sargento Alves, com 18 anos de profissão, lamentou não ter passado por ali cinco minutos mais cedo. A sua intervenção terá, por certo, evitado mais mortes, facto que já lhe valeu o elogio de «herói» por parte do governador Sérgio Cabral.

Aula de português

A polícia identificou posteriormente o autor dos disparos, que entrou na escola sob pretexto de ir dar uma palestra, como sendo Wellington Menezes de Oliveira, antigo aluno.

Uma vez no interior do edifício, pelas 8:30 da manhã, o atirador entrou numa sala, onde estava a ser leccionada a disciplina de Português, com um professor e 40 alunos, alvejando as crianças indiscriminadamente. Segundo testemunhas citadas pelo jornal «Estadão», só parou de disparar quando o polícia chegou ao local.

Testemunha relata momentos de pânico

Uma menina de 12 anos contou ao «Globo» que o homem entrou na escola «bem vestido» e que subiu até ao segundo andar, onde começou por disparar dois tiros. Nesse momento, as crianças estavam no recreio, mas logo de seguida tocou a campainha e entraram para as salas. Wellington Menezes de Oliveira subiu então ao terceiro andar e entrou na sala onde esta criança se encontrava: «Ele começou a atirar. Eu me agachei e, quando vi, minha amiga estava atingida. Ele matou minha amiga dentro da minha sala», descreve.

A polícia diz que o homem tinha consigo dois revólveres de calibre 38 e equipamento para as recarregar as seis balas rapidamente.

As autoridades confirmaram ao portal de notícias brasileiro que o homem deixou uma carta no local, onde manifestava intenção de se suicidar após a tragédia. Na carta, Wellington Menezes de Oliveira dizia ser portador do vírus HIV, avança o jornal.

A escola tem 999 alunos, dos quais 400 no período da manhã, com idades entre os nove e os 14 anos. Centenas de pais das crianças dirigiram-se ao local à procura dos seus filhos.