Putin: «O melhor é não se meterem connosco» - TVI

Putin: «O melhor é não se meterem connosco»

  • tvi24
  • Miguel Cabral de Melo
  • 30 ago 2014, 01:17

NATO abre portas à Ucrânia e Presidente da Rússia responde que o país é uma das mais poderosas potências nucleares

Relacionados
Apesar da crescente indignação do Ocidente pela presença de tropas russas na Ucrânia oriental, Moscovo continua a negar e Vladimir Putin fala de forma cada vez mais desafiadora. O Presidente russo avisou esta sexta-feira que é melhor ninguém se meter com o país, frisando que a Rússia é uma das mais poderosas potências nucleares. Putin comparou também o avanço do exército ucraniano sobre as cidades separatistas com o cerco nazi a Leninegrado durante a Segunda Guerra Mundial.

A Rússia está longe de se envolver em qualquer conflito de larga escala, é o que afirma Vladimir Putin perante milhares de jovens apoiantes. O que não impede o senhor do Kremlin de lançar o aviso ao Ocidente, que tanto se escandaliza com o papel de Moscovo na guerra da Ucrânia.

«Os nossos parceiros, seja qual for a condição em que os seus países se encontram, ou seja qual for o conceito político que seguem, precisam sempre de perceber que é melhor não se meterem connosco. Quero lembrar-vos que a Rússia é uma das mais poderosas potências nucleares. Não são palavras, é a realidade», afirmou o presidente durante um encontro com jovens estudantes russos no fórum Seliger.

NATO acusa Rússia de «violação flagrante» da soberania ucraniana

Apesar de sucessivos indícios de incursões de tropas russas na Ucrânia oriental, ao lado dos separatistas, a Rússia jura que, a haver lá soldados seus, só se forem militares de licença, nada de oficial. E mais uma vez, para Putin, os maus da fita são os soldados governamentais, cujo avanço contra Donetsk e Lugansk é comparável com os horrores daquilo a que a União Soviética chamou a Grande Guerra Patriótica.

Quinta-feira à noite, Vladimir Putin apelou, no site presidencial, a que os rebeldes pró-russos abram um corredor humanitário para que tropas ucranianas cercadas possam retirar.

Sexta-feira de manhã, o líder rebelde de Donetsk disse logo que sim, que está disposto a fazer isso. Um entendimento unha com carne, a juntar a tantos outros indícios de que é a Rússia quem verdadeiramente faz a guerra no Leste ucraniano.

Como já tinha sido em março, com a anexação da Crimeia. Agora, quando os rebeldes estavam prestes a perder a guerra, uma nova frente foi aberta no sudeste, tudo indica que com tropas russas mesmo. Avançam para Mariupol, 450 mil habitantes: cidade estratégica para estabelecer uma ligação terrestre entre a península da Crimeia e a Rússia.
Continue a ler esta notícia

Relacionados