PPE suspende partido do primeiro-ministro húngaro - TVI

PPE suspende partido do primeiro-ministro húngaro

  • CE/VC
  • 20 mar 2019, 18:01
Viktor Orbán

Suspensão "com efeito imediato". Líder da Hungria, Viktor Orbán, tinha sido alvo de um processo disciplinar inédito por violação grave dos valores europeus, em matérias como migrações e Estado de direito

A assembleia política do Partido Popular Europeu (PPE) decidiu, esta quarta-feira, suspender “com efeito imediato” o Fidesz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou o líder do grupo parlamentar do grupo conservador, Manfred Weber.

O PPE decidiu hoje suspender a filiação do Fidesz no seio da família do PPE. Na prática, isso significa que o Fidesz não pode apresentar candidatos a cargos no partido, não pode votar em qualquer tipo de assembleia do PPE, e nem sequer estão autorizados a participar em reuniões”, anunciou Weber, precisando que Orbán já não poderá estar presente na quinta-feira na “míni-cimeira” dos conservadores que antecede o Conselho Europeu.

A decisão foi tomada depois de “uma tarde muito intensa e uma reunião que não foi fácil”, apontou Weber, mas de forma inequívoca, pois a proposta de suspensão apresentada pela liderança do PPE foi aprovada com 194 votos a favor, três contra e um nulo.

O Fidesz é o partido que está à frente do governo da Hungria, desde 2010. Para poder voltar a fazer parte, com plenos direitos, da maior família política europeia terá de cumprir quatro coisas: 

  • retirar todos os cartazes que foram pagos pelo Estado húngaro que incluem uma mensagem eurocética e nos quais aparece o Presidente da Comissão Europeia,  Jean-Claude Juncker, que também é membro do PPE
  • comprometer-se a não voltar a fazer o mesmo futuramente
  • clarificar as "questões legais" que conduziram à saída do país da Central European University, do multimilionário e filantropo George Soros, que tem nacionalidade húngara e norte-americana
  • cumprir a resolução de emergência aprovada pelo PPE no congresso de Helsínquia, em novembro de 2018

Em setembro do ano passado, o Parlamento Europeu tinha aprovado um inédito processo disciplinar à Hungria, por violação grave dos valores europeus pelo governo de Viktor Órban, em matérias como migrações e Estado de direito.

Esta foi, de resto, a primeira vez na história do projeto europeu que o Parlamento elaborou e aprovou um relatório sobre a ativação do artigo 7.º do Tratado da União Europeia, que prevê, como sanção máxima, a suspensão dos direitos de voto do Estado-membro em causa no Conselho.

O relatório da comissão parlamentar das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos do PE, que considerava existir um risco manifesto de violação grave, pela Hungria, dos valores europeus, recebeu 448 votos a favor, 197 contra e 48 abstenções durante a votação realizada no hemiciclo de Estrasburgo, França.

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