Hospital desliga máquinas que mantêm vivo tetraplégico francês
SL
2 jul 2019, 18:02
Decisão que desencadeou esta segunda-feira reações de diversos setores, da política à religião
O hospital universitário de Reims, França, iniciou, esta terça-feira, a suspensão dos cuidados que têm mantido vivo Vincent Lambert, um tetraplégico em estado vegetativo há dez anos, decisão que desencadeou esta segunda-feira reações de diversos setores, da política à religião.
A suspensão dos cuidados foi autorizada em abril passado pelo Conselho de Estado - a mais alta autoridade administrativa -- e implica, segundo uma fonte médica, o desligar das máquinas que hidratam e alimentam Vincent Lambert, atualmente com 42 anos, e a aplicação de uma sedação "controlada, profunda e contínua" e de analgésicos "por precaução".
Fontes médicas admitem que o processo, até à declaração do óbito, poderá prolongar-se por alguns dias ou até duas ou três semanas.
Vincent Lambert, antigo enfermeiro de psiquiatria que ficou tetraplégico em 2008 na sequência de um acidente rodoviário, tornou-se um símbolo do debate sobre a eutanásia em França e o centro de uma batalha jurídica, que dura há seis anos, entre elementos da sua própria família, nomeadamente entre a sua mulher (que concorda que as máquinas sejam desligadas) e os seus pais, católicos assumidos que defendem a manutenção do suporte de vida.