Militares colombianos raptam e violam menina indígena de 13 anos - TVI

Militares colombianos raptam e violam menina indígena de 13 anos

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 29 jun 2020, 12:06
Exército Colombiano

Ataque contra a menor reacendeu uma discussão jurídica sobre a prisão perpétua, voltando a colocar o exército no olho do furacão

Sete soldados do exército colombiano confessaram ter violado uma menina de 13 anos da tribo Emberá, na Colômbia, num ataque que a Organização Nacional Indígena (ONIC) do país afirma não ser um problema isolado.

Segundo a ONIC, a menina “foi sequestrada e abusada sexualmente por um grupo de soldados do Exército Nacional da Colômbia, pertencentes ao Batalhão San Mateo, que aproveitaram o isolamento e a situação causada pela pandemia para cometerem o crime”.

Em entrevista à AFP, o chefe indígena Juan de Dios Queragama afirma que a menor “estava sozinha, a apanhar goiabas" perto de um campo militar, quando os soldados "a raptaram e a mantiveram em cativeiro a noite toda".

O ataque contra a menor ocorreu no dia 21 de junho e reacendeu uma discussão jurídica sobre a prisão perpétua, voltando a colocar o exército no olho do furacão.

O caso vem pôr em evidência uma larga lista de atos atrozes por parte das forças armadas que, por ações ou omissões, constituem um fator de risco em vez de garantir a segurança dos povos e nações indígenas”, aponta a ONIC. Caso sejam condenados, os militares podem vir a ter de cumprir entre 16 a 30 anos de prisão.

O exército colombiano e o governo já condenaram o ataque. A resposta vem uma semana depois de o Congresso aprovar uma reforma constitucional para impor prisão perpétua a violadores e assassinos de crianças e adolescentes com menos de 14 anos. A regra, porém, ainda não foi promulgada pelo presidente de Iván Duque.

 

No Twitter, Duque reagiu ao crime, sublinhando que não tolerará abusos das forças militares.

Não toleramos nenhum tipo de abuso de menores, muito menos quando se trata de atos como os que foram denunciados contra a menina indígena", escreveu o presidente colombiano.

As autoridades indígenas não especificaram se a menina foi atacada dentro da sua comunidade, mas já apresentaram a sua solicitação para que os agressores passem pela justiça indígena - reconhecida na Colômbia - antes de serem levados a tribunal.

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