Uma modelo indiana esteve em destaque na semana da moda de Nova Iorque por ter sido vítima de um ataque com ácido, que a desfigurou. Reshma Qureshi desfilou para o estilista, também indiano, Archana Kochhar, mostrando que a beleza é subjetiva quando a força de vontade é superior.
O mundo de Reshma Qureshi desmoronou há dois anos, quando foi atacada pelo seu cunhado, que a desfigurou com ácido. O autor do crime confundiu a modelo indiana com a mulher (irmã mais velha de Reshma), porque ambas usavam burca.
Reshma passou por uma depressão profunda e considerou atentar contra a própria vida várias vezes.
Em 2015, a modelo conheceu a fundadora da Make Love Not Scars – um grupo de apoio às sobreviventes de crimes de género – e transformou-se na cara de uma campanha na Internet, que juntou 1.3 milhões de pessoas.
A campanha de Reshma captou a atenção da empresa FTL Moda, que se dedica à produção de eventos de moda onde as modelos desafiam os estereótipos da beleza.
A FTL já levou às passerelles de todo o mundo modelos com deficiência, amputadas ou desfiguradas, e este ano convidou a modelo indiana para abrir o desfile de quinta-feira na semana da moda de Nova Iorque.
Não acreditei que aquilo tinha acontecido”, disse Reshma. “Naquele momento estava extremamente feliz."
O ataque sofrido pela modelo, em 2014, foi um entre os 1.500 ataques com ácido que têm lugar na Índia todos os anos, muitos deles levados a cabo por homens que se querem vingar de mulheres que os rejeitam.
Embora sejam raros os casos que acabam em morte, este tipo de crime causa feridas físicas e psicológicas profundas nas vítimas que, em muitos casos, se isolam da sociedade.