O presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje estar pronto para enviar polícia para a Bielorrússia, em resposta a um pedido do seu homólogo, se os protestos no país se tornarem violentos, mas adiantou que ainda não é necessário.
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, enfrenta há semanas protestos de uma dimensão inédita contra a sua reeleição para um sexto mandato no passado dia 09, que a oposição considera fraudulenta.
Numa entrevista à televisão estatal russa, Putin indicou que Lukashenko lhe pediu para preparar um contingente policial russo para ser enviado para o país vizinho se necessário, mas que concordaram que “ainda não existe essa necessidade”.
“E espero que não haja”, disse ainda.
Putin disse que os dois chefes de Estado acordaram que a Rússia enviará um contingente para ajudar apenas se “a situação ficar descontrolada” e grupos extremistas tentarem ocupar instalações governamentais.
A Rússia tem um acordo com a Bielorrússia, prevendo estreitos laços políticos, económicos e militares, vendo também o vizinho como uma “muralha” contra a expansão ocidental e um importante canal para a exportação russa de energia.
O presidente russo apelou a todos os atores da crise a “encontrar uma solução”.
“Estamos convencidos de que todos os participantes neste processo terão bom senso suficiente, sem extremismo, para encontrar uma solução” para a crise, declarou Putin à Rossiya-24.
Lukashenko acusou hoje alguns vizinhos da Bielorrússia de clara interferência nos assuntos do país ao pressionarem pela realização de novas eleições, no que descreveu como “guerra híbrida” e “carnificina diplomática”.
Acusou a Polónia de ter planos para ocupar a região fronteiriça bielorrussa de Grodno, indicando que tal levou ao reforço das tropas da Bielorrússia na fronteira.
A União Europeia e os Estados Unidos criticaram a eleição de 09 de agosto e têm encorajado as autoridades bielorrussas a dialogarem com a oposição.