«A política de contenção não foi inventada ontem. Tem sido aplicada ao nosso país há muitos, muitos anos… Sempre que alguém pensa que a Rússia se está a tornar mais forte e independente, esses instrumentos são aplicados imediatamente», justificou.
No seguimento destas acusações, o líder advertiu que a Rússia não será «desmantelada» como aconteceu com a Jugoslávia.
Em relação ao conflito no leste da Ucrânia que provocou mais de três mil mortos, Putin voltou a rejeitar as acusações que alegavam que a Rússia teria alimentado os confrontos no território ucraniano, considerando que se tratou de uma intervenção do lado da «verdade e da justiça» cujo objetivo era defender os «compatriotas» [os separatistas pró-russos].
O líder referiu-se à anexação da Crimeia como um feito «histórico» que voltou a integrar no país uma região tão importante para os russos como o Monte do Templo para Jerusalém.
O presidente russo foi mais longe e declarou que se os acontecimentos na península não tivessem ocorrido, o ocidente teria simplesmente arranjado outros pretextos para aplicar sanções económicas ao país.
Apesar da acusação, Putin escusou-se a admitir efeitos negativos das sanções, sublinhando que os embargos até estimularam a economia sem, no entanto, fechar a porta ao investimento estrangeiro. O líder estimou que a economia russa, no espaço de três ou quatro anos, esteja acima da média de crescimento global.«Para alguns países europeus o orgulho nacional é visto como um luxo, mas para a Rússia é uma necessidade», afirmou, garantindo que num diálogo com a Rússia é inútil tentarem usar ameaças.