Os serviços estatais de telecomunicações russos planeiam levar a cabo um corte total da rede interna de internet, face ao resto do mundo, como forma de avaliar a prontidão do país em caso de ciberataque.
O plano deverá ser posto em prática antes de 1 de abril, segundo a informação apurada e divulgada pela agência de notícias russa RosBiznesKonsalting (RBC), pertencente a uma dos maiores grupos de comunicação do país.
De acordo com a notícia, a intenção passa por simular uma guerra cibernética total e avaliar a capacidade de resposta do maior país do mundo, com 142 milhões de pessoas e uns 75 milhões de utilizadores de internet.
Законопроект предусматривает создание системы, способной работать при отключении инфраструктуры глобальной сети интернетhttps://t.co/WZMCxf9Jrd
— РБК (@ru_rbc) February 12, 2019
Tráfego caseiro
O plano russo, segundo detalha o site norte-americano Business Insider, passará por redirecionar todo o tráfego de internet para servidores dentro do país, aprovados ou geridos pelo órgão regulador de telecomunicações do governo, o Roskomnazor.
Durante o corte, a internet russa também deverá ter a sua própria versão de domínios (DNS) e endereços.
A experiência surge integrada no Programa Nacional de Economia Digital russo, uma lei introduzida no ano passado, que visa proteger a infraestrutura do país, tornando-a independente do exterior.
Custos e receios
Já em 2017, segundo o jornal Izvestia, o ministério das Comunicações russo anunciou que pretendia albergar internamente 95% do tráfego de internet do país até 2020.
Sucede que, segundo a agência RBC, os custos de uma operação para isolar a internet russa poderá custar uma soma próxima dos 134 mil milhões de rublos (1,8 mil mihões de euros), por exemplo, para compensar anualmente as operadoras de telecomunicações.
O planeado corte e isolamento da internet russa está, contudo, a fazer recear alguns sectores da sociedade de que o Kremlin venha a impor um bloqueio nas comunicações semelhante ao chamado "Great Firewall" da China, uma "muralha" cibernética que censura sites internos e externos, evitando conteúdos desagradáveis para o regime.