Depois de uma votação renhida, longa e, sobretudo, tumultuosa, Michel Temer pôde respirar de alívio. Conseguiu que mais de metade dos deputados ficasse a seu lado, impedindo a abertura de um processo criminal contra si. Vai continuar à frente da presidência do Brasil e reagiu falando em "vitória".
A decisão soberana do Parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas uma conquista do Estado democrático de Direito, das instituições e da própria Constituição".
Uma votação diferente podia levar o presidente a sentar-se no banco dos réus por causa da acusação de corrupção passiva. O que, de imediato, implicaria que seria suspenso durante 180 dias, das funções na presidência do Brasil, para se sentar no banco dos réus.
"O poder da autoridade, tenho repetido isto, é a lei. Extrapolar o que a Constituição determina é violar a democracia (...) Hoje estes princípios venceram com votos acima da maioria absoluta", acrescentou ainda.
O Presidente do Brasil conquistou o apoio de 263 deputados, mais de metade dos 513 membros da Câmara dos Deputados, para arquivar a denúncia de corrupção que podia levar à sua destituição.
Michel Temer precisava apenas de 172 votos para vencer. De acordo com a contagem final, 227 deputados votaram contra o arquivamento da denúncia, 19 faltaram e dois abstiveram-se.
Nas últimas semanas, o Presidente brasileiro concedeu verbas e negociou cargos públicos com os partidos da sua base aliada para tentar demonstrar que, além de sobreviver, mantém o apoio da maioria e a força necessária para governar