Criança cega de três anos vê pela primeira vez depois de cirurgia - TVI

Criança cega de três anos vê pela primeira vez depois de cirurgia

  • MC
  • 4 dez 2018, 17:29
McKinley Sovey sofria de doença degenerativa hereditária rara

McKinley Solvey foi submetida a um procedimento médico revolucionário, em que lhe foi injetado no olho um gene corretivo, responsável pela produção de uma enzima necessária para as pessoas conseguirem detetar luz e cor. Mãe emocionou-se ao constatar que a filha, finalmente, a reconheceu

Uma menina cega de três anos do Wisconsin, nos Estados Unidos, conseguiu ver pela primeira vez depois de ter sido submetida a um inovador procedimento médico.

Quando McKinley Sovey nasceu, os médicos não detetaram qualquer tipo de anomalia na criança. Quando completou um ano e meio, e depois de algumas queixas dos pais que diziam que a menina só conseguia ver sombras e movimentos, os médicos conseguiram detetar que ela sofria de uma doença na retina, chamada Amaurose Congénita de Léber.

Esta é uma doença degenerativa hereditária rara que provoca alterações graduais na atividade da retina, que é o tecido do olho que deteta a luz e a cor, gerando perda grave da visão desde o nascimento e outros problemas oculares.

De acordo com a televisão WTMJ, McKinley é a criança mais nova a ser submetida a este tipo de cirurgia no país. Assim que descobriu a doença da filha, a mãe criou uma página no Facebook para relatar todos os detalhes e os momentos da vida da menina e para inspirar outras pessoas a não desistirem, caso tivessem alguma doença rara.

Os pais, Julie e Parker Sovey, ficaram destroçados ao saberem da doença da filha e pensaram que ficaria para sempre cega. No entanto, o casal foi apanhado de surpresa quando descobriu que tinha sido aprovado um tratamento inovador para uma possível cura para a doença de McKinley.

O primeiro procedimento médico para a cura da patologia Amaurose Congénita de Léber foi viabilizado em dezembro do ano passado. A cirurgia consiste numa injeção, chamada Luxturna, que é a primeira terapia genética aprovada pela Food and Drug Administration, na qual um gene corretivo é administrado diretamente aos pacientes. A mutação genética interfere na produção de uma enzima necessária para a visão normal, que deteta luz e cor.

Quando os pais de McKinley souberam desta notícia pesquisaram vários hospitais onde poderia ser realizada a cirurgia. Foi com Stephen Russell que Parker e Julie Sovey ganharam uma nova esperança para a resolução da doença da filha.

O tão esperado momento

O dia pelo qual os pais e McKinley ansiavam finalmente chegou. Foi a 7 de novembro que a menina foi submetida a uma cirurgia a um dos olhos. A família viajou de Wisconsin para o Hospital Infantil da Universidade de Iowa para a realização desta operação revolucionária. 

Os pais da menina desejavam que a operação conseguisse, pelo menos, preservar a visão, apesar de muito reduzida, que McKinley tinha. Felizmente, tiveram muito mais do que isso. 

Depois da cirurgia, a mãe publicou um vídeo no Facebook, a mostrar que a operação tinha sido muito bem-sucedida, com resultados muito positivos. Podemos, inclusive, ver McKinley a ajudar a mãe nas tarefas domésticas depois de a ter observado. 

Ela entrou na cozinha, puxou uma cadeira, sentou-se e olhou para a torradeira e para a máquina do café como se soubesse o que eram aqueles objetos. Ela quis levantar-se e senti-los", afirmou o pai, Parker.

Segunda operação

Ainda faltava, porém, o outro olho. Foi a 14 de novembro que foi submetida a nova operação.

Muito feliz por estarmos novamente no hotel a descansar. McKinley voltou da anestesia como se tivesse a força de três grandes homens e foram precisas várias enfermeiras, além da mãe e do pai, para fazer com que ela não tirasse o penso do olho”, escreveu a mãe, acrescentado que este era “o milagre de McKinley”.

Cinco dias depois das duas cirurgias, McKinley, o irmão e os pais voltaram para casa no Wauwatosa, no Wisconsin, Estados Unidos.

A primeira vez que viu a mãe

A partir desse dia, a criança foi fazendo várias conquistas diárias que anteriormente não alcançava, como reconhecer a mãe pela primeira vez, brincar com balões e com o irmão. 

Houve aquele momento em que ela olhou para mim pela primeira vez. Foi aí que percebi que tudo estava a funcionar. Nem consigo explicar bem a sensação. Ela está com três anos e olhou para a mãe pela primeira vez. Foi muito bonito e era aquilo que estava à espera que acontecesse”, afirmou Julie à televisão WTMJ.

O momento que derreteu os corações dos internautas que visitam a página e dos pais de McKinley foi quando a menina conseguiu ver o seu reflexo no espelho, este sábado.

Muitos são os comentários de utilizadores da rede social que afirmam que a história de McKinley é realmente “um milagre” e é “espetacular”.

A criança continua a ser vigiada pelo médico, Stephen Russell, após as cirurgias, em consultas semanais. Em princípio, não haverá necessidade de McKinley ser submetida a uma nova operação, visto que as duas cirurgias tiveram um resultado "muito positivo".

McKinley já não vai ter de ler em braille. Não sei se ainda vai precisar de utilizar uma bengala para andar. Isto é um grande passo para a medicina", afirmou Julie.

 

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