Dez turcos detidos por alegada ajuda a terroristas de Xinjiang - TVI

Dez turcos detidos por alegada ajuda a terroristas de Xinjiang

Prisão [Reuters]

Cidadãos foram detidos pela polícia de Xangai e estão acusados de fornecerem passaportes falsos do seu país aos suspeitos de Xinjiang

As autoridades de Xangai detiveram dez cidadãos turcos que alegadamente ajudaram vários suspeitos de terrorismo na região autónoma uigure de Xinjiang, no noroeste do país, informou a imprensa oficial.

Segundo o jornal China Daily, estas detenções somam-se às de outras 11 pessoas, incluindo nove suspeitos de terrorismo da região, que foram detidas em novembro sob acusação de ligação a atividades terroristas.

Os dez cidadãos turcos, por sua vez, estão acusados de fornecerem passaportes falsos do seu país aos suspeitos de Xinjiang, e foram detidos quando tentavam abandonar a China a partir do aeroporto internacional de Pudong, o maior de Xangai, de onde deveriam embarcar para a Síria, Afeganistão e Paquistão.

A polícia de Xangai encontrou entre os objetos dos detidos várias gravações de áudio e vídeo relacionadas com atividades terroristas, explicou o jornal.

Segundo outro jornal, o Global Times, o motivo oficial da detenção dos dez cidadãos turcos foi o de alegadamente terem ajudado terceiras pessoas a atravessarem ilegalmente as fronteiras nacionais através da utilização e venda de passaportes falsos.

A lei chinesa castiga estes crimes com sentenças entre dois e sete anos de prisão.

As detenções foram divulgadas dois dias depois de a polícia chinesa ter matado a tiro seis pessoas que ameaçavam detonar explosivos em Xinjiang, região onde a tensão, elevada nos últimos anos, é habitual entre a etnia local uigur, de fé muçulmana, e a etnia han, maioritária em quase todo o país.

A violência em Xinjiang fez cerca de 200 mortos em 2014.

A China responsabiliza as forças separatistas do movimento do Turquestão Oriental, que acusa de pretenderem criar um estado independente na zona mais ocidental do país.

Associações uigures no estrangeiro negam a existência de grupos terroristas na província e atribuem a violência em Xinjiang à discriminação da minoria uigur, com centenas de pessoas condenadas à morte no ano passado.

Situado a mais de dois quilómetros de Pequim, Xinjiang é um território quase 17 vezes maior que Portugal e com apenas 23,5 milhões de habitantes, muito rico em recursos minerais, que confina com o Afeganistão, Paquistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.

Os uigures, etnia de religião muçulmana e cultura turcófona, constituem 46% da população, quando há cerca de meio-século ultrapassavam os dois terços. Milhares de famílias han, a principal etnia da China, radicaram-se em Xinjiang, e hoje constituem cerca de 40% da sua população. Na capital, Urumqi, ultrapassaram mesmo os uigures.
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