A palavra "brexit", que passou à posteridade com o referendo histórico de 23 de junho no Reino Unido, entrou no dicionário de inglês de Oxford, considerado a obra de referência sobre a evolução da língua inglesa.
O dicionário define "brexit" como a "retirada (proposta) do Reino Unido da União Europeia e o processo político associado" a este processo.
De acordo com o Oxford English Dictionary (OED, sigla em inglês), a etimologia da palavra - contração de "British" [Britânico] e de "Exit" [saída] - remonta ao aparecimento, em fevereiro de 2012, do neologismo "grexit", inventado por dois economistas do gigante financeiro norte-americano Citigroup para definir o risco de exclusão da Zona Euro de uma Grécia esmagada pela dívida.
A palavra "brexit" surge alguns meses depois num artigo publicado "online" por Peter Wilding, atual presidente do centro de reflexão pró-UE British Influence.
O OED sublinha que o termo é utilizado para definir a saída do Reino Unido da UE, mas também o próprio referendo de 23 de junho, quando 52% dos britânicos disseram "sim" ao processo.
Entre as utilizações mais marcantes da palavra, o dicionário refere a célebre frase da primeira-ministra conservadora britânica Theresa May: "Brexit significa brexit".
O OED sublinha que adicionar uma nova palavra há pouco tempo criada é "muito raro", mas "a rapidez na difusão e adoção foi impressionante".
"E não só se dissiminou, como se reproduziu. Como `brexit` se formou a partir de `grexit`, outras palavras começaram a aparecer: `brexiteer`, `brexiter` e `brexit` enquanto verbo".
Entre outras palavras adicionadas ao dicionário em dezembro conta-se "YouTuber", surgido num artigo no jornal New York Times em 2006 e que o OED define como "um utilizador regular da rede de partilha de vídeos YouTube, em particular alguém que produz e aparece nesses vídeos".