As autoridades nigerianas mobilizaram todos os meios possíveis para encontrar as mais de 100 raparigas que permanecem desaparecidas em Dapchi, no estado de Yobe. Foram mobilizados helicópteros, aviões de vigilância e até aviões de combate para procurar qualquer sinal das jovens. As buscas decorrem sem interrupções, dia e noite.
O ataque, que se suspeita ter sido levado a cabo pelo Boko Haram, aconteceu na segunda-feira da semana passada, na Government Girls Science Technical College, em Dapchi, no estado de Yobe. A escola recebe meninas a partir de 11 anos.
Na última quarta-feira, um morador e um funcionário do governo local disseram à agência Reuters que as Forças Armadas da Nigéria haviam resgatado 76 alunas e recuperado os corpos de duas outras. Não foram adiantadas as causas da morte das duas jovens ou as circunstâncias em que foram encontrados os corpos.
Em declarações à AFP, moradores disseram que milicianos do grupo extremista nigeriano, fortemente armados, atacaram a escola, atiraram para o ar e detonaram granadas.
De acordo com a CNN, o ministro do Interior nigeriano admitia, este domingo, que 110 meninas permanecem incontactáveis. As autoridades têm esperança que muitas destas jovens não tenham sido raptadas, mas antes tenham fugido para o meio da selva, temendo precisamente a repetição do sequestro de Chibok.
Dapchi fica na região norte do país, a 275 quilómetros de Chibok, onde, em abril de 2014, milicianos do Boko Haram raptaram mais de 300 jovens. A maioria das meninas de Chibok foram libertadas, após negociações com o grupo terrorista, mas mais de 100 permanecem em cativeiro e não há quaisquer pistas sobre o seu paradeiro.
O grupo jihadista Boko Haram conduz desde 2009 ataques no nordeste da Nigéria, que já mataram mais de 20 mil pessoas.