O presidente da República alertou, esta quarta-feira, que a retórica inflamada e sem conteúdo, as intrigas e jogadas político-partidárias não acrescentam «um cêntimo» à produção nacional e não criam um único emprego.
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Numa intervenção no final de uma visita à fábrica da Gelpeixe, em Loures, o chefe de Estado apontou o apoio às empresas que exportam, conquistam novos mercados e procuram reforçar a competitividade como «o caminho certo» e «talvez o único» que Portugal pode ter para vencer as dificuldades e para responder ao «drama que são os milhares de portugueses que não têm emprego».
«Quase tudo o resto é fantasia. A retórica inflamada e sem conteúdo, as intrigas e as jogadas político-partidárias não acrescentam um cêntimo à produção nacional e não criam um único emprego», sublinhou.
Cavaco Silva, que falava de improviso, sustentou ainda que as exigências que se colocam neste momento difícil do país irão prolongar-se por muitos anos, mesmo para além do fim do seu mandato, em 2016.
Por isso, frisou, é fundamental que os agentes políticos tenham «uma noção muito precisa do rumo que a economia portuguesa deve trilhar por forma a abrir janelas de esperança para aqueles que neste momento se encontram desempregados».
No seu discurso, o presidente da República aproveitou ainda para deixar um recado às televisões, considerando que se dedicassem mais tempo a mostrar os sucessos empresariais que existem no país, «Portugal estaria melhor, Portugal estaria diferente».
«Se esses sucessos empresariais fossem mostrados pela televisão seria maior a confiança no nosso país, seria maior a vontade para empreender, empreendedores seriam tentados a replicar sucessos que foram apresentados noutras partes do país, outros seriam estimulados a transformar boas ideias em negócios rentáveis, seria melhor a imagem de Portugal no estrangeiro», defendeu.
E, continuou, consequentemente existiria mais investimento e produção em Portugal, bem como mais criação de emprego.
Em tempos de exigência, «presidente deve ter estratégia meticulosa»
Cavaco Silva repetiu hoje que no atual período de «grande exigência» o chefe de Estado deve ter «uma estratégia meticulosamente pensada».
«Neste tempo de grande exigência e que vai continuar no futuro, um presidente da República deve ter uma estratégia de intervenção meticulosamente pensada e meticulosamente executada de forma a defender os superiores interesses nacionais», argumentou o chefe de Estado, que nas últimas semanas tem repetido esta mensagem.
Por isso, acrescentou, é que tem insistido tanto na valorização e no estímulo da iniciativa privada, que são as «alavancas» para o crescimento e recuperação económicas e para a criação de emprego.
«As alavancas são as exportações, a aposta na qualidade, a penetração em novos mercados, o investimento, a captação de mais turistas e nós sabemos bem que essas alavancas estão na mão das empresas privadas», precisou.
Recordando que nas últimas três semanas visitou seis empresas de Lisboa até Trás-os-Montes, o chefe de Estado insistiu que se os casos de sucesso empresarial forem mostrados, «o clima de confiança pode alterar-se e pode alterar-se para melhor».
«O clima de confiança é decisivo para mais investimento, para que os empresários decidam contratar mais funcionários, para que resolvam inovar e para que façam um esforço para levar a produção portuguesa para novos mercados», acrescentou.
«Jogadas políticas não acrescentam um cêntimo, nem criam emprego»
- Redação
- CM
- 27 mar 2013, 12:51
Cavaco Silva lamenta as «intrigas» e a «retórica inflamada e sem conteúdo» que domina a atualidade política
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