Cientistas da Universidade de Carnige Mellon desenvolveram uma câmara de alta-resolução que analisa a íris - a porção colorida do olho humano, que é diferente em cada pessoa e não se altera ao longo do tempo - até 12 metros de distância. Os especialistas esperam que estes dispositivos sejam colocados nos aeroportos para detetar não só a presença de terroristas, mas também impedir o rapto e o tráfico de crianças.
“A aparência física pode ser mudada, mas não há duas íris iguais”, afirmou Marios Savvides, responsável pelo projeto, acrescentando que este “é um avanço importante na tecnologia para encontrar crianças desaparecidas, especialmente vítimas de tráfico humano”.
O sistema exige, no entanto, a criação de uma base de dados internacional. Os pais teriam de autorizar um scan da íris dos filhos para que este processo fosse possível. Depois disso, se a criança fosse raptada e o sequestrador tentasse levá-la para outro país, a câmara detetaria facilmente a sua identidade.
“Estamos a fornecer uma medida biométrica que não pode ser alterada. Uma impressão digital necessita que se toque em algo, mas a câmara funciona a longa distância para encontrar a cara e analisar a íris, em menos de três segundos”.
A universidade recebeu um milhão e meio de dólares do Departamento de Defesa americano para desenvolver o projeto, em 2009. A tecnologia já é usada pelo exército americano no Afeganistão e no Iraque, para identificar terroristas que possam ter mudado de aparência física.
Marios Savvides espera agora que esta adaptação se torne uma realidade do quotidiano, em breve, e que ajude a encontrar criminosos e crianças desaparecidas com maior facilidade.
Um dos exemplos dados pelo cientista foi o caso de Madeleine McCann, desaparecida desde 2007, quando passava férias no Algarve. A menina tinha uma marca distintiva na íris, a que foi dada bastante relevância na altura das buscas.
“A marca de Madeleine McCann é uma das que consegue ser vista a olho nu, mas os nossos scanners vão muito para além disso”.
Segundo a FOX News, o investigador disse também que o laboratório está a desenvolver uma aplicação para smartphones para melhorar o sistema AMBER, que dá o alerta para emergências em caso de rapto de crianças. O sistema poderia enviar a foto da criança para o telemóvel, assim como informação relevante, como a idade e o nome. A app teria também um GPS que permitiria ver a distância da pessoa do local onde a criança desapareceu.