Barómetro de notícias: o 25 de Abril da estabilidade e das reformas - TVI

Barómetro de notícias: o 25 de Abril da estabilidade e das reformas

  • Gustavo Cardoso, ISCTE-IUL
  • 26 abr 2016, 17:00
Comemorações do 25 de Abril em Lisboa

Os programas de estabilidade e de reformas ganharam novo fôlego com o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa nas celebrações do 25 de Abril. Mas tudo aponta que nos próximos tempos se assista à continuidade da narrativa partidária assente na divergência e não no consenso pretendido por Marcelo Rebelo de Sousa

Os temas do Programa de Estabilidade e do Plano Nacional de Reformas propostos pelo Governo do PS já haviam estado presentes na agenda dos últimos dias, com a chegada do 25 de Abril e do discurso presidencial retomarão o seu fôlego.

Por exemplo, no dia 21 o CDS-PP entregou no parlamento um projeto que recomendava ao Governo que fossem submetidos a votação os Programas de Estabilidade e Nacional de Reformas. No dia seguinte, o presidente do PSD considerava que o Programa de Estabilidade era "uma mistificação" e que o Nacional de Reformas "não traduz uma estratégia de futuro". Por sua vez, também a dia 22 de Abril, António Costa, manifestou-se convicto de que as metas do Programa de Estabilidade seriam cumpridas através de "um processo tranquilo de consolidação orçamental", e afastou a necessidade de novas medidas.

Com o discurso do 25 de Abril Marcelo Rebelo de Sousa voltou a colocar em cima da mesa a necessidade de consensos e de concretizar os objectivos de Abril ainda não cumpridos, dando o exemplo de consensos na área da Saúde.

No entanto, pelo que se observou nos comentários pós-discurso, por parte dos líderes das diferentes bancadas, esse consenso "possível" ainda não está para já. Pelo que, depois de guiados pela palavra do Presidente da República sobre o que é desejável para a democracia Portuguesa se regressou rapidamente ao status quo que impede a negociação.

Não mudando de líderes e não havendo outras eleições previstas que não as autárquicas de 2017, será difícil fugir ao "business as usual" da política parlamentar pelo que o lema "as minhas reformas são melhores que as tuas" continuará a marcar a agenda noticiosa.

 

 


Ficha técnica

O Barómetro de Notícias é desenvolvido pelo Laboratório de Ciências de Comunicação do ISCTE-IUL como produto do Projeto Jornalismo e Sociedade e em associação com o Observatório Europeu de Jornalismo. É coordenado por Gustavo Cardoso, Décio Telo, Miguel Crespo e Ana Pinto Martinho. A codificação das notícias é realizada por Rute Oliveira, João Lotra e Sofia Barrocas. Apoios: IPPS-IUL, Jornalismo@ISCTE-IUL, e-TELENEWS MediaMonitor / Marktest 2015, fundações Gulbenkian, FLAD e EDP, Mestrado Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação, LUSA e OberCom.

Análise de conteúdo realizada a partir de uma amostra semanal de 414 notícias destacadas diariamente em 16 órgãos de comunicação social generalistas. São analisadas as 3 notícias mais destacadas nas primeiras páginas da Imprensa (CM, PÚBLICO, JN, DN e Jornal i), as 5 primeiras notícias nos noticiários da TSF, RR e Antena 1 das 8 horas, as 5 primeiras notícias nos jornais televisivos das 20 horas (RTP1, SIC e TVI) e as 3 notícias mais destaques nas páginas online de 5 órgãos de comunicação social generalistas selecionados com base nas audiências de Internet e diversidade editorial (amostra revista anualmente). Em 2016 fazem parte da amostra as páginas de Internet do PÚBLICO, Expresso, SOL, TVI24 e SIC Notícias.

Continue a ler esta notícia