«O país assistiu a uma sucessão de escândalos inseparáveis da política de direita» - TVI

«O país assistiu a uma sucessão de escândalos inseparáveis da política de direita»

Jerónimo de Sousa nomeou José Sócrates e o atual governo pelo «aprisionamento» do poder político pelos interesses económicos

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O secretário-geral do PCP defendeu este sábado que a sucessão de escândalos e investigações a corrupção são «inseparáveis da política de direita» e do «aprisionamento» do poder político pelos interesses económicos, nomeando José Sócrates, e o atual Governo.

«O país assistiu nos últimos tempos a uma sucessão de escândalos, atos ilícitos e investigações de atos de corrupção que são inseparáveis da política de direita e do que ela constitui de aprisionamento do poder político pelos interesses dos grupos económicos e do grande capital financeiro», defendeu.


Falando no encerramento de uma sessão pública, em Lisboa, o líder comunista afirmou que o atual Governo "viu surgir ao mais alto nível das estruturas do Estado, pelas políticas que promoveu e pelas opções que tomou, redes de corrupção, de negociatas, de compadrios que são expressão do seu próprio apodrecimento político".

«Sim, é na política, pela mão de PS, PSD e CDS, que há 38 anos tem conduzido o país ao declínio e ao empobrecimento do próprio regime democrático que está a causa essencial da multiplicação dos casos que, do BPN ao BES/GES, dos vistos ‘gold' ao que agora envolve o ex-primeiro-ministro, têm abalado o país», defendeu Jerónimo de Sousa.


Para Jerónimo de Sousa, «o que vem à luz do dia com cada vez mais clareza é o resultado de anos e anos de uma política de recuperação capitalista e restauração monopolista que alimentou a promiscuidade, a grande fraude económica e financeira, a corrupção e a exploração do trabalho e dos portugueses».

O secretário-geral do PCP referiu-se a «novos e cada vez mais preocupantes acontecimentos» que revelam não apenas o «fracasso de uma política incapaz de resolver os problemas nacionais», mas um «elevado grau de degradação política e de abuso do poder».

Tais práticas foram induzidas com «a instrumentalização» do aparelho de Estado, «colocando ao serviço do restabelecimento do poder e do domínio do grande capital económico e financeiro» dos seus interesses próprios dos governos PSD, PS e CDS, «em detrimento do interesse nacional».

Na sessão pública de encerramento da iniciativa nacional designada «A força do povo, por um Portugal com futuro - uma política patriótica e de esquerda», Jerónimo de Sousa reiterou a condenação da «política que entrega ao estrangeiro» empresas estratégicas como a PT e a TAP.

Jerónimo ataca PS


O secretário-geral comunista defendeu que uma «verdadeira alternativa» não acontecerá «sem o PCP e muito menos contra o PCP», acusando o PS de «propaganda com muita retórica de esquerda mas nenhuma política concreta» que a sustente.

«Somos dos que pensamos que verdadeira alternativa será expressão e surgirá da confluência da ação e intervenção convergentes das organizações e movimentos de massas dos trabalhadores e camadas antimonopolistas, dos setores e personalidades democráticas, mas que não emergirá sem o PCP e muito menos contra o PCP», defendeu Jerónimo de Sousa, numa sessão pública em Lisboa.


O líder comunista atacou o PS de António Costa, a quem acusa de ter promovido um Congresso há duas semanas que foi «uma grande operação de propaganda com muita retórica de esquerda, mas nenhuma política concreta que sustente tal opção», e apontou às «manobras de diversão» e às «falsas ilusões dos que falando em unidade e convergência visam apenas retirar força à verdadeira alternativa».

«Não há política de esquerda quando a porta que se deixa aberta é para o entendimento com a direita. Não, não há soluções à esquerda sem rutura com a política de direita. Os portugueses não podem sair da frigideira para cair no lume», declarou.


Para Jerónimo de Sousa, a construção de uma alternativa «exige acima de tudo clareza de propósitos» e, por isso, «exige que se previnam e denunciem as falsas soluções da mera alternância dos que acenam com diálogos à esquerda, sem romper com a política de direita».

«Dos que, como o PS, sentados no conforto da sua passividade, do conformismo com o rumo de desastre nacional de que foram protagonistas, da política das meias-tintas, esperam pelos resultados de uma longa e persistente luta, na esperança que o poder lhes caia no regaço sem que nada tenham feito, e nada de novo e diferente garantam, até hoje, fazer no futuro».


Segundo o secretário-geral comunista, o PS de António Costa, tal como no passado outros fizeram, usa a «teoria do caos» para «chantagear com o fantasma da ingovernabilidade» e assim justificar um «cheque em branco» e o «arbítrio da maioria absoluta».

Jerónimo de Sousa defendeu que «meia dúzia de propostas soltas, mesmo que justas», por parte dos socialistas, «não fazem um programa de esquerda capaz de resolver os problemas nacionais».

O líder comunista defendeu que «não há política de esquerda com leituras inteligentes do Tratado Orçamental e as falsas ilusões do plano Juncker», nem sem assumir a renegociação da dívida ou a devolução de salários e direitos, acusando o PS de, neste último plano, tudo remeter para a concertação social «para não assumir compromissos».
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