«Se não fosse o Salvador Caetano, se calhar eu tinha sido estofador» - TVI

«Se não fosse o Salvador Caetano, se calhar eu tinha sido estofador»

João Pinto, antigo capitão do FC Porto, recordou o trabalho que tinha na reta final da adolescência

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João Pinto, antigo capitão portista, foi o convidado do programa «FC Porto em casa» deste sábado. O mote foi a vitória frente ao Aberdeen a 25 de abril de 1984, que garantiu o apuramento dos dragões para a final da Taça das Taças.

O ex-jogador recordou o golo importantíssimo de Vermelhinho na Escócia e a derrota frente à Juventus no jogo decisivo da competição. Ali esteve a base do sucesso em 1987: «80 por cento daquela equipa era a que esteve depois na final da Taça dos Campeões Europeus. Se nós tivéssemos feito alguma coisa, se calhar tínhamos trazido a Taça das Taças para o Porto.»

Recuando aos primeiros passos da sua longa carreira, João Pinto falou sobre o trabalho como estofador na Salvador Caetano, posto que ocupou a partir dos 16 anos e que só abandonou quando assinou contrato profissional com o FC Porto, ainda no segundo ano como júnior.

O pai de João Pinto foi falar com Salvador Caetano, fundador do grupo com o mesmo nome, para o colocar a par da proposta do FC Porto. «O senhor Salvador Caetano desejou-me boa sorte e disse que as portas ficariam abertas para se um dia quisesse voltar. Se não fossem aquelas palavras que o senhor Salvador Caetano disse, se calhar eu hoje ainda lá estava como estofador.»

João Pinto estreou-se pela equipa principal do FC Porto a 1 de dezembro de 1981, frente ao Benfica, no Estádio da Luz (2-0). Tinha 20 anos e foi lançado por Hermann Stessl ao minuto 70. «Entrei, dei logo ali duas ou três sarrafadas a quem me apareceu à frente e no fim o treinador disse que gostou. Depois também entrei no segundo jogo, que vencemos por 4-1», atirou.

O antigo lateral direito falou sobre os inúmeros sacrifícios ao longo da carreira, incluindo jogar com um dedo do pé partido e uma fratura na cara, acabando por ser muito elogiado por Jorge Costa, que entrou em direito no programa do FC Porto: «O João para mim é um grande exemplo do que é um líder. É uma figura, é um exemplo do que é um capitão, um jogador de futebol, de alguém que ama o clube. O João foi o meu mentor, é um portista dos sete costados.»

Sérgio Conceição também quis entrar em direto para garantir que era melhor que João Pinto no teste Yoyo, antes de sublinhar o espírito do ex-capitão. «O João dificilmente aparecia mal disposto no treino, era o primeiro jogador a chegar e foi o jogador que eu vi com o espírito à Porto que mais me tocou. Era aquele jogador que se temos de arranjar uma personagem para dizer ‘isto é Porto’, essa pessoa é o João Pinto», disse o atual treinador do FC Porto.

Já perto do final do programa, Aloísio juntou-se à conversa e alinhou pelo mesmo diapasão: «O que tinha o FC Porto de diferente do Benfica e do Sporting? Referências como o João Pinto».

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