Liga Europa: Arsenal-Benfica, 3-2 (crónica) - TVI

Liga Europa: Arsenal-Benfica, 3-2 (crónica)

Uma Europa trágica

Começou na Grécia e acabou lá também. A época europeia do Benfica ficou no Pireu, depois de a Champions ter ficado em Salónica e de uma montanha russa de eventos separar as duas eliminações encarnadas da UEFA 2020/21.

Nesta quinta-feira, decidiram os «canhões» do Arsenal, com o mais prolífico deles todos, Aubameyang, a definir que a distância entre as duas equipas se mede por uma cabeça e por este 3-2 em que Atenas fez de Londres.

Jorge Jesus apresentou a estratégia expectável e Lucas Veríssimo voltou ao onze. Na imagem, via-se facilmente uma linha de cinco defesas do Benfica e depois Rafa definia se o Benfica defendia em 5x4x1 ou em 5x3x2.

A ideia era simples: primeiro controlar, depois atacar. As águias tinham de dar a volta à eliminatória, mas em vez de se atirarem de peito aberto aos ‘gunners’, fizeram-no com risco calculado.

O Arsenal começou por ter mais bola, mas até ao golo de Aubameyang nunca produziu perigo. Um remate de Xhaka do qual Helton Leite fez rotina, aos 11 minutos, foi o único remate dos ingleses até ao 1-0. O Benfica deixava o Arsenal «longe da costa» - leia-se área – mas na segunda vez que Aubameyang lá entrou, feriu a águia.

Tal como na primeira mão, a linha defensiva esteve sempre atenta às desmarcações do gabonês e dos colegas. Mas quando Saka ficou solto com a bola, Aubameyang fugiu para a área e Veríssimo atrasou-se um milésimo, o avançado do Arsenal picou a bola para a baliza dos lisboetas e dizia no marcador: Arsenal 1, Benfica tem de marcar pelo menos dois.

E foi precisamente isso que as águas fizeram. O Benfica subiu ligeiramente a linha de pressão e quando o Arsenal jogava junto à própria área, era lá que os lisboetas surgiam. No entanto, com a bola, houve indicador muito claro: o Benfica definia mal na frente.

Sem oportunidades dos dois lados, surgiu uma ocasião quando Weigl – cada vez mais influente – sofreu uma falta à entrada da área. Diogo Gonçalves já estava bem no jogo e ficou debaixo de holofotes com um tremendo golo de livre direto.

Ao fim de três partes, a eliminatória seguia empatada, e os eventos do último ato provocaram nova tragédia grega. Quando Rafa fez o 2-1, ao aproveitar um passe de Helton Leite e um erro de Ceballos, o Benfica ficou numa posição bastante vantajosa no marcador.

Era altura de jogarem os plantéis. Jesus já tinha mudado três homens de uma só vez, Arteta respondeu ao golo com Partey e Willian. E o último teve impacto notório.

O brasileiro provocou problemas pela esquerda do ataque e, numa dessas vezes, combinou com Tierney e o lateral atirou uma bomba cruzada que desassossegou as almas benfiquistas. Havia mais de 20 minutos pela frente.

Houve alturas nesta época em que o Benfica não soube segurar vantagens. Apesar de em Atenas haver 2-2, o dois do Benfica valia mais que o inglês e Darwin quase acabou com tudo, não fosse o remate do uruguaio ter passado ao lado.

O mesmo sucedeu à equipa, no quadro geral da UEFA. O Benfica passou ao lado de uma boa temporada europeia pois viria a perder por 3-2, com a cabeça de Aubameyang a atirá-lo para fora de prova, aos 87 minutos.

Salónica e Atenas separam-se por cinco meses e dez dias. Mas se os dias de setembro ainda eram de esperança na Luz, mesmo com o choque do PAOK, os de agora são em tudo diferentes porque o segundo ato de uma tragédia grega deixou o Benfica com pouco pela frente: a Taça de Portugal e qualquer coisa no campeonato.

Continue a ler esta notícia