Seguro critica políticas europeias no combate à crise - TVI

Seguro critica políticas europeias no combate à crise

António José Seguro [LUSA]

Nem a família socialista espalhada pelo velho continente escapou às críticas do candidato à liderança do PS

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O candidato à liderança do PS, António José Seguro, criticou este domingo as políticas europeias no combate à crise, lançando também críticas à família socialista espalhada pelo velho continente, pela forma como tem agido em redor deste processo, escreve a Lusa.

«Olho para a Europa e não gosto do que vejo. Porque aquilo que vejo na Europa é uma preocupação imensa com os mercados, quando a Europa devia de ter uma preocupação com as pessoas», disse.

António José Seguro defendeu uma «economia de rosto humano», em que a convergência monetária tem que estar presente, mas também uma maior «convergência social e económica».

O candidato à liderança do PS, que falava em Portalegre durante um encontro com simpatizantes e militantes do partido, considerou ainda que a Europa tem sido «negligente e incompetente».

«Se é verdade que olho para a Europa e não gosto do que vejo, também olho para a família socialista europeia e não gosto do que vejo», declarou.

António José Seguro sustentou que «gostaria que a família socialista europeia tivesse tido já a capacidade de afirmar uma proposta política alternativa à maneira e ao modo como as instituições europeias têm vindo a conduzir esta política».

«Não conheço no mundo nenhuma união monetária que tenha tido êxito sem ter um governo económico e sem ter um governo político», defendeu.

Para alterar as políticas em curso na Europa, o candidato defendeu a criação de uma agência de notação financeira que possa «ajudar» a ter informação «esclarecida» nos mercados e a «contrariar tanta gente ávida de especulação», bem como a criação da «emissão conjunta da dívida pública».

«O que é que custa à Europa fazer uma emissão conjunta de dívida pública, porque tem outra credibilidade para negociar com os mercados e por essa via negociar taxas de juro mais baixas», questionou.

António José Seguro, que quer «reconciliar» os portugueses com o PS, mostrou-se ainda empenhado, caso seja eleito, em defender a coesão nacional, desenvolver um combate contra a corrupção e melhor o estado da justiça.

O candidato prometeu «renovar» o partido, escutando «mais e melhor» os militantes e efectuar uma «reforma» no país, caso venha a desempenhar o cargo de primeiro-ministro.

Nesse sentido, António José Seguro comprometeu-se a «alterar» o sistema eleitoral, fazendo com que a eleição/escolha dos deputados seja feita pelos portugueses.

«Dar a possibilidade de serem eles (portugueses) a escolher os seus próprios deputados e mais do que isso, durante o exercício do mandato a serem os portugueses a terem a possibilidade de saber quem é o seu deputado e poderem colocar directamente os seus problemas e a pedirem responsabilidades», acrescentou.

António José Seguro foi mais longe nesta matéria, comprometendo-se a «rever» a legislação eleitoral autárquica para que os municípios sejam dotados de «maior eficácia e de maior racionalidade».

«Não tem sentido que nos executivos camarários esteja quem ganha e as oposições todas, como se fosse possível no Governo estar esta maioria de direita, o PS, o BE e o PCP, tem que existir executivos homogéneos», defendeu.

Nesse sentido, o candidato defendeu ainda a redução do número de vereadores, porque «não é necessário tantos vereadores» e ao mesmo tempo «aumentar as competências das assembleias municipais para poderem fiscalizar verdadeiramente a acção dos executivos».
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